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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Com terra arrasada, missão de Dorival será evitar rebaixamento do Fla

Renato Maurício Prado

12/06/2022 08h13Atualizada em 12/06/2022 13h55

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O Flamengo de Rodolfo Landim, Marcos Braz, Bruno Spindel, Márcio Tanure e cia. é uma terra arrasada. Nem a troca de treinador, que normalmente provoca alguma melhora, ainda que nem sempre duradoura, fez a equipe reagir e jogar com um mínimo de disposição e raça, no Beira-Rio. Muito pelo contrário, como se viu no desastroso primeiro tempo, com direito a levar gol com menos de um minuto de bola rolando.

A arbitragem foi discutível? Sim. Inexplicável o VAR não ter chamado para alertar sobre a cotovelada que Gabigol levou, dentro da área, quando o placar ainda estava 2 a 0 para o Internacional. Assim como o pênalti inexistente de Matheusinho merecia revisão. Mas nem isso é suficiente para relevar a terceira derrota consecutiva desta equipe envelhecida e mal preparada física, técnica e taticamente. Um horror.

Sem dar um treino sequer, Dorival optou por escalar um time bem parecido com o que disputou a final da Libertadores, sob o comando de Renato Gaúcho. A famosa e, nos dias de hoje, controversa "Geração de 85" retomou suas posições (até Diego Ribas entrou no segundo tempo), mas o que ficou claro é que nenhum de seus integrantes merece mais vaga no time titular. O tempo passou e é inexorável.

Dá pena ver Filipe Luís falhar, como falhou de novo, e se arrastar pelo gramado, passando para trás noventa por cento das bolas que recebe. Aquele lateral seguro e brilhante, capaz de se transformar num meio-campo inteligente e criativo, não existe mais. Acabou.

David Luiz é outro que não é nem sombra do que foi. Faz falta em praticamente todas as bolas que disputa. E seus passes longos são, hoje em dia, imprecisos e inúteis. Não há sentido pensar em sua permanência. O perigo é Marcos Braz repetir a insanidade (e irresponsabilidade) que cometeu ao acertar a renovação dos veteranos, no ano passado.

Da mesma forma, Diego Alves, Diego Ribas e até os mais jovens (mas também balzaquianos) William Arão, Éverton Ribeiro e Bruno Henrique deixam muito a desejar, quando se lembra de 2019. Fato é que o elenco do Flamengo envelheceu e já não é mais um dos melhores do país.

Rejuvenescer o grupo e a equipe titular e encontrar uma nova forma de atuar (esqueçam aquele futebol envolvente e avassalador dos tempos de Jesus) é o gigantesco desafio de Dorival Júnior. Para brigar contra o fantasma do rebaixamento, pois a luta pelo título do Brasileiro está irremediavelmente perdida e as chances na Copa do Brasil e na Libertadores, com esse time atual, são reduzidíssimas.

O problema maior do Flamengo, entretanto, vai além do que se vê e se discute nas quatro linhas. Marcos Braz, Bruno Spindel, Márcio Tanure, Fabinho, Juan, Gabriel Skinner e quejandos precisariam todos sair, de mãos dadas, para que um executivo de ponta assumisse o departamento de futebol e o reformulasse por completo, com profissionais de primeira em todos os setores. O clube é, atualmente, uma ação entre amigos. Incompetentes.

O brilhante e centralizador trabalho de Jorge Jesus escondeu a incapacidade de todos eles. Inclusive e principalmente de Rodolfo Landim que fez questão de afirmar, em entrevista a Benjamim Back antes de assumir, que o presidente é sempre o maior responsável por tudo.

Após viver a glória da conquista de um Brasileiro e de uma Libertadores, num mesmo ano, graças ao verdadeiro Mister, que agora renegou, estará Landim pronto para se tornar o primeiro mandatário da história do clube a levar o Flamengo à segunda divisão?