Topo

Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Dorival prioriza Copa do Brasil e paga caro no Brasileiro

Renato Maurício Prado

10/07/2022 21h29Atualizada em 10/07/2022 21h31

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Dorival Junior fez uma clara escolha de priorizar o confronto da próxima quarta-feira, contra o Atlético Mineiro, e pagou caro por isso. Perdeu um jogo que poderia ter vencido e só não se afastou ainda mais dos líderes, no Brasileiro, porque Palmeiras e Atlético Mineiro empataram (respectivamente, com o Fortaleza, e o São Paulo). Mas por causa dessa escolha, o Flamengo desperdiçou ótima oportunidade de se aproximar deles. Se for desclassificado na Copa do Brasil, será cobrado. Com razão.

Neste seu início de trabalho, é evidente a preocupação do técnico em tentar "recuperar" todo o elenco. A insistência com Vitinho e a opção por Gustavo Henrique (quando ocorreu mais uma contusão de Rodrigo Caio) evidenciam isso. O resultado na Neo Química Arena o puniu por tais escolhas. Vitinho foi, uma vez mais, uma nulidade - exceção feita ao belo chute que Cássio espalmou e bateu na trave - e Gustavo Henrique, lento como de hábito, perdeu praticamente todas as bolas que disputou.

À exceção de Arrascaeta (que não foi nem sequer para o banco de reservas, por sentir dores nas costas), Dorival tinha à disposição todos os jogadores que golearam o Tolima, por 7 a 1, numa grande exibição. Preferiu fazer seis alterações e mandou a campo uma equipe sem entrosamento algum, com dois jovens talentosos, mas ainda irregulares, juntos no meio-campo (Victor Hugo e Matheus França). Deu no que deu.

Claro a lambança homérica de Rodinei, foi a principal causa da derrota (adianta trazer Cebolinha, Vida, Wendel e Wallace e seguir sem lateral-direito?). Mas diante de um adversário que pouco ameaçou o gol rubro-negro (Santos não fez nem sequer uma defesa difícil), vencer era mais que possível, se o Flamengo tivesse escalado um time mais forte desde o início.

Em tempo: quando Jorge Jesus aqui esteve e me encontrei com ele, perguntei-lhe qual era, em sua opinião, o melhor português em atividade por aqui (estavam atuando no Brasil, Paulo Sousa, Abel Ferreira, Luís Castro e Vitor Pereira). Sem pestanejar, o Mister apontou o treinador do Corinthians.

Pelos resultados e pela colocação que leva a sua desfalcada e limitada equipe, me parece que Jesus estava coberto de razão. Ainda que Benedetto e Rodinei tenham sido os "craques" corintianos dos últimos jogos. A conferir como serão os duelos entre Flamengo e Corinthians, na Libertadores, após a janela do meio do ano.