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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Pedro renasce com Dorival e torna Cebolinha um reserva de luxo

21/07/2022 02h14Atualizada em 21/07/2022 02h16

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Dorival Júnior conseguiu, em pouco mais de um mês, sem pré-temporada e tempo para treinar, aquilo que seu antecessor, Paulo Sousa, foi incapaz sequer de esboçar, em seis meses de trabalho (?): um time titular e um esquema de jogo. Por culpa do português, o Flamengo está praticamente alijado da luta pelo Campeonato Brasileiro. Graças ao atual treinador, está vivo na Copa do Brasil e, jogando como voltou a jogar, tem direito a sonhar também na Libertadores.

Dorival, entre outras virtudes, encontrou uma formação que permite a Pedro e Gabigol atuarem juntos no ataque. E, mesmo com as chegadas de reforços do quilate de Cebolinha e Arturo Vidal, é impensável que a dupla seja desfeita. Pedro, jogando apenas 45 minutos, foi autor de dois gols na vitória por 4 a 0 sobre o Juventude, em Brasília, e se tornou titular absoluto.

O técnico descobriu ainda nova posição para Éverton Ribeiro, agora escalado como volante, pela direita. Sem a obrigatoriedade de fazer o vaivém em todo o corredor, reencontrou seu futebol, poupando o fôlego que, na sua idade, já é bem mais curto. É outro que não se imagina mais fora da equipe.

O maior feito do treinador, entretanto, talvez seja a incrível recuperação de Léo Pereira. O beque inseguro e odiado pela torcida, quem diria, transformou-se no mais eficiente dos seis zagueiros rubro-negros. Sim, é fato que muitos torcedores ainda assistem às suas atuações com aquele frio na espinha e o temor de que, a qualquer momento, ele ainda pode voltar a fazer uma lambança e entregar o ouro. Mas suas últimas atuações têm sido irrepreensíveis e ele se tornou titular, com méritos.

No jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, no Maracanã, o Flamengo deverá jogar com a formação que atuou contra o Atlético Mineiro e começou a partida contra o Juventude: Santos, Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Felipe Luís; Thiago Maia, João Gomes e Éverton Ribeiro; Gabigol, Pedro e Arrascaeta. Um time que já sabe o que fazer em campo e recuperou a importantíssima pressão pós-perda, bem parecida com a que fazia o time de Jorge Jesus. Não à toa, o rubro-negro carioca não leva um gol há três jogos (o último que sofreu foi contra, de Rodinei).

Cebolinha, Arturo Vidal e até Wallace (se vier) chegam como excelentes reforços, mas serão, no momento, opções no banco de reservas. Dorival já encontrou um time e uma maneira eficiente de jogar. E isso, após os catastróficos e torturantes seis meses de Paulo Sousa, é uma excelente notícia para a maior torcida do Brasil.