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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Demagogia de Tite custa a invencibilidade ao Brasil

Renato Maurício Prado

02/12/2022 18h46Atualizada em 03/12/2022 09h03

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A ideia demagogica de Tite de escalar um time inteiramente reserva, para permitir que todos os convocados jogassem na Copa do Mundo, custou a invencibilidade do Brasil no Qatar e por pouco não lhe tirou também o primeiro lugar no grupo - bastava que a Suiça tivesse feito mais um gol.

Precisava? O que se tira dessa derrota dos reservas para Camarões? De positivo, apenas uma grande atuação de Gabriel Martinelli - que obrigou o goleiro Epassy a três defesas difíceis. E foi só. Rodrygo, desempenhando a função de Neymar, não jogou mal. Mas também não brilhou e foi incapaz de desequilibrar.

Antony começou a mil por hora, mas foi se apagando e acabou substituído por Raphinha. Perdeu a oportunidade de colocar uma dúvida na cabeça do treinador. E Gabriel Jesus chegou à oitava partida na seleção, sob o comando do Tite, sem fazer um golzinho sequer. Diante de Camarões foi uma nulidade absoluta. Mais uma vez. Até quando continuará sendo protegido pelo "professor"?

Outro apadrinhado, o veteraníssimo Daniel Alves, levou alguns dribles desmoralizantes e não criou nada positivo no apoio ao ataque, "por dentro", como esperava o técnico. Embora o gol camaronês tenha saído pela lateral-esquerda, foi pela direita, em cima do "vovô olímpico", que os adversários levaram mais perigo - inclusive obrigando Ederson a uma defesa monumental, no primeiro tempo. O goleiro suplente, aliás, se saiu bem. Mas continuará no banco de Alisson, que poderia ter aproveitado esse jogo para realmente ganhar ritmo.

Ritmo que ainda falta aos titulares. Basta ver as dificuldades para marcar nos dois primeiros jogos - ambos terminaram o primeiro tempo 0 a 0 e, no segundo, o gol só saiu no final, naquele chutaço de Casemiro. Não teria sido bom que tivessem feito mais uma partida, antes dos jogos eliminatórios? A justificativa de que o compromisso pelas oitavas será já na segunda-feira me parece insustentável, diante do pouco que todos jogaram até agora.

O chaveamento daqui pra frente acabou sendo favorável ao Brasil, ao tirar o Uruguai (sempre um rival complicado pela tradição do duelo) e a Espanha do caminho. Mas diante das zebras que campeiam pelos gramados do Qatar, e da pouca bola que a seleção vem mostrando (bem, mesmo, só jogou no segundo tempo contra a Sérvia, após o primeiro gol de Richarlison) não dá pra contar com vitórias certas.

É bom botar as barbas de molho, professor Adenor. Porque sua ideia infeliz de agradar todos os jogadores ao mesmo tempo já causou o primeiro estrago.

Em tempo: Bruno Guimarães, de quem se esperava muito, teve uma atuação desastrosa, após substituir Fred, no segundo tempo. Errou rigorosamente tudo que tentou, e ainda tirou um gol de Pedro, ao se meter no passe de Éverton Ribeiro para ele.

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