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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Recital de 45 minutos eleva Brasil ao nível dos melhores

Renato Maurício Prado

05/12/2022 17h54Atualizada em 06/12/2022 08h33

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Com uma exibição de gala nos primeiros 45 minutos contra a Coreia do Sul (disparada, a melhor sob o comando de Tite, em Mundiais), o Brasil garantiu com louvor a classificação para as quartas de final da Copa do Qatar e confirmou sua condição de forte candidato ao título, ao lado de França e Inglaterra, que também deram show nas oitavas de final.

A grande vantagem brasileira é que enquanto franceses e ingleses se enfrentarão nas quartas, o próximo adversário da equipe dirigida por Tite será a Croácia, vice-campeã mundial, mas que está longe de reeditar suas atuações na Rússia - classificou-se a duras penas, nos pênaltis, contra o Japão, num jogo de qualidade técnica sofrível.

Fato é que o Brasil acabou pegando uma espécie de "caminho das pedras", após a fase de grupos: Coreia do Sul e Croácia, enquanto Holanda e Argentina, tal qual Inglaterra e França, tiveram rivais um pouco mais difíceis nas oitavas e se enfrentarão em confrontos titânicos nas quartas

A seleção brasileira não tem nada com isso e, se repetir o desempenho alucinante do início do confronto com os coreanos, quando marcou mais gols do que fizera nas três partidas da fase de grupos, se mostra capaz de encarar de igual para igual os rivais que sobreviverem, na semifinal (argentinos e holandeses) e numa eventual final (franceses, ingleses e, talvez, espanhóis - não creio nos demais do outro lado da chave).

No jogo que marcou a volta Neymar, praticamente todo mundo jogou muito bem. O camisa 10 foi, aliás, dos mais discretos, o que é compreensível diante de seu ainda precário estado físico, por causa da contusão no tornozelo. Na verdade, se não tivesse jogado não teria feito falta e ganharia tempo para a recuperação.

Vinícius Jr. (que categoria no gol que abriu o placar), Raphinha (o motorzinho do ataque) e Richarlisson (sempre artilheiro) foram os melhores, mas a participação dos zagueiros centrais, no lindo terceiro gol merece destaque. Alisson, que não tinha sido acionado até então, também apareceu bem com duas defesas difíceis, uma em cada tempo.

Após o intervalo, naturalmente, a seleção diminuiu o ritmo e mesmo assim ainda criou algumas oportunidades de gol. Tite aproveitou para fazer substituições e desacelerou de vez o ritmo brasileiro. Os coreanos aí se aproveitaram e fizeram o gol de honra, num belo chute de fora da área. Nada que desabonasse a apresentação como um todo.

Os 45 minutos iniciais foram o jogo. Um recital de bola.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL