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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Sacrifício de Arrascaeta é prova da incompetência de VP, Braz e Tanure

Renato Maurício Prado

31/03/2023 15h25Atualizada em 31/03/2023 15h25

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O amadorismo incompetente do departamento de futebol do Flamengo é sobejamente conhecido. As mais recentes trapalhadas foram a demissão do técnico campeão da Copa do Brasil e da Libertadores e a caótica, leniente e indesculpável preparação para a disputa do título mais importante da temporada: o Mundial Interclubes. Deu no que deu.

A última lambança entretanto, é difícil até de crer. A decisão de escalar Arrascaeta, no sacrifício, na semifinal do Carioquinha é, digamos de uma forma polida, de uma falta de inteligência ímpar. Antes do jogo, já se queixando de desconforto, o uruguaio fizera exames de imagem que comprovaram que seu púbis estava inflamadíssimo e as chances de sofrer distensões musculares eram enormes. Foi o que aconteceu.

Sob enorme pressão, por ter perdido tudo o que disputou até agora (Supercopa do Brasil, Mundial e Recopa Sul-americana), muito possivelmente, Vitor Pereira preferiu minimizar o seu próprio risco de demissão, se fosse eliminado pelo Vasco, ao de perder - como acabou perdendo -, seu principal armador, não somente na decisão do Estadual, mas por muito tempo na temporada. Igualmente grave foi o departamento médico não tê-lo vetado. E os dirigentes do futebol lavarem as mãos diante de escolha tão estapafúrdia.

Mas o que esperar de um vice-presidente que disse que o prosseguimento do trabalho de Vítor Pereira será "ainda melhor", quando não há rigorosamente nada de bom até agora? Ou que ironizou os repórteres que lhe fizeram cobranças, lembrando que "a esta altura, na temporada passada falavam o mesmo e o Flamengo acabou ganhando a Copa do Brasil e a Libertadores"?

Convenientemente, esqueceu-se da hecatombe que foi Paulo Sousa, que ele escolheu e só demitiu, obrigado pela pressão da torcida, após perder o tetra estadual e afundar o rubro-negro nas dez primeiras rodadas do Brasileiro. E que Dorival foi escolhido apenas para afastar o risco de rebaixamento e, quem sabe, beliscar uma vaguinha na Libertadores.

Errando até quando acerta (ninguém lembra, mas Gabriel só veio depois que o rubro-negro perdeu Pablo para o São Paulo e Arrascaeta foi contratado porque fracassaram as negociações com Rodriguinho), o vereador Marcos Braz (hoje em dia mais interessado na política do que no Flamengo) é o maior problema do clube.

Apesar da necessidade da contratação de um lateral-direito, um volante e um armador para a reserva de Arrascaeta, o maior reforço para o clube da Gávea seria a contratação de um diretor executivo de peso, com experiência internacional.

Não faz sentido uma empresa que fatura mais de um bilhão de reais por ano continuar a ser gerida por um amador que transforma o futebol num cabide de empregos de amigos (vide Spindel, Juan, Fabinho, Skinner e quejandos) e acumula uma lambança atrás da outra.

Até quando, Rodolfo Landim?