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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Até quando o Flamengo suportará o desastroso Vitor Pereira?

05/04/2023 22h42Atualizada em 06/04/2023 11h33

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É desastroso, sob todos os aspectos, o trabalho de Vitor Pereira no Flamengo. Não há defesa possível. Nem a eventual conquista do Carioquinha (o menos importante dos quatro títulos que disputou neste início de temporada), deveria absolvê-lo.

Já está evidente que não há química entre ele, sua comissão técnica, a tática que tenta impor e o elenco milionário e qualificadíssimo que, há poucos meses, conquistou dois dos três principais títulos do futebol brasileiro - a Copa do Brasil e a Libertadores, com Dorival Júnior.

Ah, mas alguns jogadores estão tecnicamente muito mal! Mas, espera aí, não são o treinador e seus auxiliares os responsáveis diretos por colocá-los em forma física e técnica? Ou Éverton Ribeiro e Gabriel, para usar apenas dois dos exemplos mais evidentes, desaprenderam de jogar futebol? Justamente eles, autores diretos (com Rodinei) do gol que garantiu o tricampeonato continental?

Este super vitorioso grupo de jogadores rubro-negros não funciona com futebol posicional, como quer Pereira e queriam Domênec Torrent e Paulo Sousa. Não está em seu DNA. E aí vou citar um treinador muito melhor que esse trio para defender uma tese que é minha há muitos e muitos anos. Fala, Ancelotti:

"O bom treinador é aquele que adapta o jogo às características dos jogadores. Se tenho Modric ou Kroos não posso esperar pressionar muito. Vou dar um exemplo: se tenho o Cristiano Ronaldo na frente, estudo com afinco como levar a bola até ele. Outro exemplo: no Real tenho o Vinícius que tem um motorzinho debaixo dos pés (risos). Eu seria um incapaz se não usasse o contra-ataque. Vejo treinadores que acham que o futebol é uma 'ciência', mas para mim é o jogo mais simples do mundo: você joga e se adapta de acordo com o que tem." - disse ele em entrevista a La Gazzetta dello Sport.

É a velha historia que não me canso de repetir: não dá pra calçar um pé 42, num sapato 38. E é isso que Vitor Pereira está teimando em fazer. Seu esquema com /três zagueiros, dois alas, dois volantes e três jogadores à frente, não está funcionando, nem funcionará com estes jogadores.

Escolhas como Marinho, na ala esquerda, e Cebolinha, na direita, indicam uma assustadora incapacidade de avaliação dos jogadores que tem sob comando. E a decisão de priorizar a final do Carioquinha em detrimento da estreia da Libertadores não fez o menor sentido.

O Flamengo precisa admitir que errou feio (de novo) na escolha do treinador. E não pode repetir o erro com Paulo Sousa, que deveria ter saído, após perder o tetra estadual, e ainda afundou o rubro-negro em dez rodadas do Brasileiro do ano passado.

O correto seria demiti-lo já, juntamente com Marcos Braz, Bruno Spindel e o desastroso comando do futebol. Mas Rodolfo Landim não tem coragem para tanto. Vai sobrar mesmo só para o treinador.