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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Flamengo vence mas vive pesadelo com Pedro

Renato Maurício Prado

11/05/2023 00h40Atualizada em 11/05/2023 00h40

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Após três derrotas, Jorge Sampaoli conseguiu, enfim, sua primeira vitória no Brasileiro. Aconteceu diante do frágil e desfalcadíssimo Goiás, mas foi o bastante para sair da zona do rebaixamento, o que, psicologicamente, é importante. Foi uma grande exibição? Longe disso. Mas houve pontos positivos que merecem ser destacados e um grande problema que pode se tornar um pesadelo: perder Pedro no primeiro Fla-Flu pela Copa do Brasil..

A escalação inicial foi um alento. Dando oportunidade ao jovem Victor Hugo e deixando Arturo Vidal na reserva. Sentados ao lado dele, no banco, David Luiz e Marinho. Nenhum merece ser titular. A atuação de Victor Hugo mostrou o absurdo que era insistir com o velho moicano chileno. O cria da casa esbanjou fôlego e deu muito mais movimentação ao meio-campo. Tanto na parte defensiva quanto na ofensiva - algo reconhecido pelo próprio Sampaoli na coletiva pós jogo.

Outro ponto digno de registro foi a atuação de Eric Pulgar. Um volante firme na marcação e objetivo na saída de bola para o ataque, com passes verticais e precisos. Já é a segunda vez que joga com tal desembaraço, garantindo um upgrade considerável em relação ao que vinha desempenhando Thiago Maia.

Ver Arrascaeta em ação durante os 90 minutos, jogando bem e deslocando-se por todos os setores do ataque, foi outro bálsamo para os corações rubro-negros. É claro que ainda não é o Arrascaeta dos grandes momentos de 2019, 2020 e 2022. Mas se estiver fisicamente curado, com certeza, devolverá ao meio-campo o que mais lhe tem faltado: criatividade.

Outra constatação: o lado esquerdo do ataque tornou-se a grande arma ofensiva desse time de Sampaoli. Ayrton Lucas segue voando, Cebolinha vem melhorando e, quando o maestro uruguaio também cai por lá, as tabelas e triangulações fluem naturalmente. Os dois gols nasceram por lá. E houve diversos outros lances no setor que poderiam ter frutificado, não tivesse o rubro-negro voltado a desperdiçar muitas chances.

A maior delas, e aí começamos a falar dos pontos negativos do triunfo, foi de Éverton Ribeiro, que furou de maneira grotesca uma bola no rebote de um chute de Arrascaeta. Lance bizarro, medonho. O "miteiro" se recuperou ao marcar um golaço, meio de letra, meio de calcanhar, no segundo tempo. Mas de uma maneira geral voltou a ficar bem abaixo do que se espera de um jogador de sua categoria.

Mas o pior mesmo foi a contusão muscular de Pedro, ao bater o pênalti que abriu o placar. Ao chutar, sentiu uma fisgada na virilha e precisou ser substituído. Sua presença no Fla-Flu da próxima terça-feira passa a ser altamente duvidosa.

Segundo o repórter Eric Faria, na transmissão do Premiére, a lesão de Pedro é a vigésima primeira que o elenco sofre na atual temporada! Mais uma consequência da desastrosa programação do departamento de futebol para o início do ano.

Como Jorge Sampaoli ressaltou, na entrevista, o Flamengo ainda precisa melhorar muito, mas muito mais, se quiser chegar ao nível de Palmeiras e Fluminense, os atuais favoritos para a disputa dos principais títulos. E, para que isso seja minimamente possível, precisará contar com todos os seus craques em forma.

Daí, o destaque positivo que guardei para o final. Ver Bruno Henrique jogar praticamente 90 minutos (foi ele o substituto de Pedro, aos 10 minutos do primeiro tempo) deixou um sopro de esperança na alma do torcedor flamenguista.

Naturalmente, ele ainda está a anos-luz do que já foi, algo absolutamente normal após a reconstrução de seu joelho e 10 meses de inatividade. Mas se ele voltar a jogar 70% do que jogava...