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Sucesso de Dorival no São Paulo escancara erro do Flamengo
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Alguém considera o elenco do São Paulo melhor que o do Flamengo? Pois desde que assumiu o tricolor paulista, há 11 jogos, substituindo Rogério Ceni, Dorival Júnior está invicto: conseguiu sete vitórias e quatro empates (75,8% de aproveitamento). Ocupava, na noite de sábado, a terceira colocação na tabela do Brasileiro.
Praticamente no mesmo período, o badalado Jorge Sampaoli, treinador dos sonhos do presidente Rodolfo Landim, disputou 12 partidas à frente do rubro-negro carioca. Ganhou cinco, empatou quatro e perdeu três (52,8% de aproveitamento). Jogando pedrinhas, dormiu na oitava posição e está ameaçado de eliminação na Copa do Brasil e na Libertadores.
A simples comparação dos desempenhos evidencia o absurdo da troca feita pelo Flamengo, no final do ano passado. Inicialmente por Vitor Pereira (que perdeu os cinco títulos que disputou nos primeiros meses do ano) e agora por Sampaoli, que tal como o português que substituiu, é um ferrenho adepto do jogo posicional, que o elenco rubro-negro detesta e ao qual não consegue se adaptar.
Fico imaginando alguns diálogos possíveis (eu diria, prováveis) entre os jogadores do Fla. Inicialmente, na chegada do catalão Domènec Torrent, o primeiro a tentar implantar o jogo de posições num time campeão brasileiro e da Libertadores, jogando um futebol de sonhos e de altíssima rotatividade.
- Esse cara tá maluco? Vai mudar tudo que estava dando certo com o Mister? Pô, não faz sentido.
Não fazia e nem deu resultado. A passagem de Dome no Ninho do Urubu foi um desastre, com direito até a goleada sofrida por 5 a 1, diante do Independiente Del Valle. Acabou caindo após outra surra, esta aplicada pelo Atlético Mineiro.
Chegou então Rogério Ceni, que também namorava com alguns preceitos posicionais, mas soube ouvir os jogadores para não desvirtuar muito o estilo consagrado por Jesus e, no sufoco, ganhou o Brasileiro. Em seguida veio Renato Gaúcho, que deu liberdade total ao elenco e acabou vice de tudo, prejudicado por uma série de contusões. O eleito para substitui-lo foi Paulo Sousa, outro discípulo da escola de posição.
Volto aos diálogos imaginários do Ninho do Urubu:
- Xiii, mais um do time do Dome...
- O esquema é difícil - chegou a dizer, publicamente, Filipe Luís.
Novo fracasso. E a escolha, na base do salve-se quem puder, foi Dorival Júnior que, rapidamente, abandonou o sistema tático de Sousa, montou um esquema tradicional, recuperou a confiança abalada de alguns jogadores (o caso mais exemplar é o de Léo Pereira) e, para surpresa geral, ganhou a Copa do Brasil e a Libertadores.
Pois, apesar das grandes conquistas, seu contrato não foi renovado. E, pior, trouxeram Vitor Pereira, o terceiro treinador que só sabe jogar no sistema posicional. Vamos aos diálogos imaginários?
- De novo?!?!? Estão de brincadeira...
E o Flamengo perdeu os cinco títulos que disputou. Cem por cento de aproveitamento em fracassos retumbantes. Mas não foi o suficiente. Landim, Marcos Braz e seus acólitos escolheram Jorge Sampaoli, o quarto apóstolo do estilo de jogo consagrado por Pep Guardiola.
Alguém em sã consciência acha que os jogadores acreditam no sistema dele? O que disse Bruno Henrique, recentemente?
- É, agora a gente fica esperando a bola chegar...
Beira a estupidez crer que repetindo os mesmos erros um dia se chegará a um acerto. E é exatamente isso que está fazendo o Flamengo.
TEMPO?
A desculpa de que o alucinado argentino (que pela terceira vez se atrapalha com as janelas de substituição!) ainda não teve tempo para trabalhar é destroçada pelo que estão conseguindo, por exemplo, Dorival e Pepa. Esse último, técnico do Cruzeiro, aliás, com um time muito mais modesto, o engoliu no Maracanã e merecia até vencer.
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