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Jogada de 2019 salva o insípido Flamengo de Sampaoli contra o Olímpia

É duro, muito duro, ver o Flamengo de Sampaoli jogar. Salvo raras exceções (a última foi contra o Grêmio, na Arena Gremista, pela Copa do Brasil), o time tem uma capacidade assustadora de irritar e levar seus torcedores à loucura.

Diante do Olímpia, num jogo que se esperava fácil, não foi diferente,. Completo domínio da posse de bola e uma preocupante incapacidade de crar jogadas ofensivas realmente eficientes.

No primeiro tempo, diante dos paraguaios, no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores, o mais próximo que chegou do gol adversário foi em dois chutes, de fora da área: o primeiro de Ayrton Lucas e o segundo de Gerson. Ambos defendidos pelo goleiro, que cedeu escanteios que não deram em nada,

Em contrapartida, a equipe guarani, que pouco se aventurou no ataque, mandou uma bomba no travessão de Matheus Cunha. Em suma: 45 minutos de levar os torcedores rubro-negros a vaiarem seu time na caminho para o vestiário..

Após o intervalo, o técnico argentino, pelo menos, corrigiu um de seus erros crassos: liberou Bruno Henrique (o melhor atacante do Flamengo, nos dias de hoje) da obrigatoriedade de ficar atarraxado à ponta-esquerda, esperando a bola chegar.

Com a liberdade, o time passou a ter dois atacantes (exatamente os mesmos dos tempos gloriosos de Jorge Jesus) e foi numa jogada típica da dupla, um cruzamento em diagonal de Gabriel para a cabeça de Bruno Henrique que saiu o único e decisivo tento da partida,

Importante, mas insuficiente para convencer à torcida de que o trabalho de Sampaoli é tão bom, quanto sugere a enganosa sequência de várias partidas sem perder. Em várias delas, inclusive na emocionante virada sobre o Atlético Mineiro, a equipe não jogou bem e foi salva pelo talento individual de seus jogadores.

Além da já conhecida escolha pelo jogo posicional (ao qual o elenco rubro-negro nunca se adapatou e do qual nunca gostou), Sampaoli segue em sua obsessão de que a melhor forma de se defender é ter a bola sob controle na maior parte do tempo possível.

E mais: não quer rapidez da saída da defesa para o ataque, pregando a importância dos incontáveis toques para o lado e para trás, à espera de que surjam brechas na defesa adversária, embora lhe permita todo o tempo do mundo para se rearrumar e se postar em seu próprio campo.

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Bem ou mal, a vitória pode encaminhar a classificação do Flamengo, pois o Olímpia será obrigado a jogar de forma bem diferente no Defensores Del Chaco, o que pode permitir que o Flamengo, com mais espaços, vença até com maior facilidade do que teve no Maracanã.

O feitiço, porém, pode se virar contra o feiticeiro. Se os paraguaios acharem um gol no início do jogo, o acanhado estádio de Assunção se tornará um caldeirão ao qual o rubro-negro pode não resistir,

A conferir as cenas do próximo capítulo. Que prometem ser bem mais emocionantes que o monótono e irritante (para os torcedores brasileiros) jogo no Maracanã.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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