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Onde estavam Braz e Landim enquanto o pau comia?

Tive a ventura de acompanhar, como repórter setorista, o dia a dia do maior Flamengo de todos os tempos. O timaço de Zico, Júnior, Leandro, Andrade, Adílio e tantos outros craques que conquistaram, entre 1978 e 1983, um sem-número de taças importantes, entre elas as de três Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial Interclubes.

Véspera de jogo importante, na Gávea, o gramado era invariavelmente cercado pelos principais dirigentes da época: o presidente Márcio Braga, seu vice de relações externas (e, posteriormente, sucessor), Antônio Augusto Dunshee de Abranches, os vices de futebol Paulo Dantas e Eduardo Mota e o inigualável supervisor Domingo Bosco.

Estavam lá não para dar palpite ou se meter no trabalho de técnicos como Cláudio Coutinho ou Paulo César Carpegianni. Apareciam para demonstrar apoio, solidariedade e resolver pequenas questões que porventura surgissem (ingressos extras para familiares e amigos dos atletas, o pagamento de uma gratificão em atraso e por aí vai).

Tais presenças ganhavam em importância, especialmente, quando o time vinha de uma derrrota ou, por algum motivo, o ambiente estivesse mais tenso (sim, isso acontecia até com aquele esquadrão).

Aí, volto aos dias de hoje e pergunto: este não é o momento mais conturbado do Flamengo na temporada? A sequência de episódios desastrosos, como a agressão a Pedro e as péssimas atuações que culminaram com a eliminação precoce na segunda Libertadores que decidirá o título no Maracanã, sem o rubro-negro, não seria motivo suficiente para que uma vigília de dirigentes acontecesse no Ninho do Urubu, na véspera de um jogo que pode, simplesmente, decretar um ano em branco?

Pois é. Onde estavam o presidente Rodolfo Landim e o vice de futebol Marcos Braz quando Varela e Gerson começaram a discutir e foram expulsos do treinamento? E quando o Curinga desferiu vários socos na cara do uruguaio, a ponto de lhe quebrar o nariz? Onde estavam? Não por lá.

O que fizeram o técnico Sampaoli, os membros de sua comissão e os gerentes de futebol Fabinho e Juan, além do supervisor Gabriel Skinner? Ninguém sabe, nem saberá.

Porque o máximo que o Flamengom faz é se comunicar por patéticas notas oficias em suas redes sociais. Nesse caso, o texto garante que "o entrevero foi resolvido internamente pelo departamento de futebol", está tudo bem e "a preparação para o jogo de amanhã segue normalmente".

Pano rápido...

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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