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Alvíssaras! Diniz reconvocou o bom português

A primeira lista de convocados por Fernando Diniz é boa. Não há nomes que mereçam contestação nem "esquecidos" que provoquem indignação. O que mais me agradou na coletiva, entretanto, foi a volta das entrevistas em um português claro, escorreito, sem neologismos insuportáveis, tão usados por seu antecessor.

É claro que o que valerá daqui pra frente é a bola que a seleção vai jogar sob o seu comando. A fraqueza dos adversários iniciais deve ajudar, mas independentemente disso será interessante ver aplicados, com os melhores jogadores do país, seus conceitos quase únicos no futebol, que passam longe do "posicional" tão em voga no mundo e no Brasil, como ele próprio destacou.

Diniz foi franco e transparente em 99% de suas respostas. Fugiu apenas de uma, de Pedro Ivo Almeida, da ESPN, que quis saber quem foi o convocado no lugar de Lucas Paquetá, excluído da relação horas antes da lista ser divulgada, por causa da investigação inglesa que apura um possível envolvimento dele em apostas. Compreensível. Se o substituto de Paquetá fosse revelado estaria sendo, automaticamente, depreciado.

A situação de Fernando Diniz, como treinador do Brasil, é suis generis, porque a CBF não esconde de ninguém que o seu sonho é ter o italiano Carlo Ancelotti como técnico titular, já no meio do ano que vem e, naturalmenete, na próxima Copa do Mundo. Mas mesmo que isto se confirme, Diniz poderá seguir como seu auxiliar o que, naturalmente, seria espetacular para o atual comandante do Fluminense.

Na coletiva, houve quem perguntasse por jogadores do Botafogo, virtual campeão brasileiro, e do Flamengo, tido e havido ainda como melhor elenco do continente. Adryelson, talvez? Ayrton Lucas? Não dá pra criar caso por tão pouco.

Bom mesmo foi ver cortados das coletivas da seleção o "oportunizar", "os externos desequilibrantes", a "zona 14", o "jogador terminal", o "último terço", o "jogo apoiado", a "treinabilidade" e outras tantas bobagens irritantes de Tite e seus parceiros, eternamente preocupados em mostrar uma modernidade linguística e futebolística que nunca chegou a se traduzir no campo - vide o fracasso idêntico em duas Copas, com um "ciclo" (outra do vocabulário "titês") de seis anos.

Vade retro! .

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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