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Atuação para acabar com o oba-oba na seleção

Uma seleção peruana que tem como titulares absolutos e destaques Paolo Guerrero (em evidente e conhecido declínio técnico faz bom tempo), Trauco (cuja passagem pelo Flamengo não deixou saudades) e Yotun (que exibiu toda a sua mediocridade no tempo em que jogou pelo Vasco) não pode ser considerada um adversário de respeito. Nem mesmo em Lima.

Diante desse rival, que dava generosos espaços no meio-campo e na defesa e se mostrou absolutamente incapaz de levar algum perigo no ataque, a seleção brasileira foi uma enorme decepção.

Marcou dois gols, é verdade, mas ambos foram corretamente anulados por impedimentos claros que, inacreditavelmente, exigiram uma eternidade para que o VAR reconhecesse o que era evidente desde o primeiro replay - enfim, quem diria apareceu um VAR ainda mais incompetente que o brasileiro. E foi ganhar com um gol de cabeça de Marquinhos, no apagar das luzes.

Tal atuação medíocre e tal resultado magro, entretanto, podem fazer mais bem que mal para a equipe agora dirigida por Fernando Diniz. Isso porque, após a goleada sobre a pior equipe das eliminatórias sul-americanas (a Bolívia, derrotada com enorme facilidade, na segunda rodada, pela Argentina, em La Paz e sem Messi em campo), já surgira por aqui uma inacreditável onda de euforia, a ponto de alguns já bradarem que era melhor esquecer Carlo Ancelotti e continuar com Diniz.

É muito cedo para julgar o trabalho do treinador do Fluminense, à frente da seleção. Ele tem boas ideias? Tem. O time parece mais solto. Parece. Mas daí a se fazer o auê que se fez por causa da goleada sobre os pobres bolivianos, vai uma distância só comparável aos currículos de Ancelotti e Diniz. Coisa de anos-luz na história do futebol contemporâneo.

Paciência, senhores, muita paciência. Até porque, enquanto nossos treinadores, sejam lá quais forem, continuarem a achar que Gabriel Jesus, que passou duas Copas em branco, é solução para alguma coisa no ataque, não iremos a lugar algum.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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