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Márcio Braga comanda pedido de impeachment de Landim

A Gávea arde em chamas. Após a perda do oitavo e último título que disputava em 2023 (Supercopa do Brasil, Mundial Interclubes, com direito a humilhação na semifinal, Taça Guanabara e Campeonato Estadual, Recopa Sul-americana, Libertadores da América, Brasileiro e agora Copa do Brasil), o ex-presidente Márcio Braga, titular de seis mandatos e até hoje o mais vitorioso dirigente do Flamengo, resolveu liderar um pedido de impeachment de Rodolfo Landim, sob a alegação de seguidos desmandos na condução do departamento de futebol rubro-negro na atual temporada. Não será um processo simples, mas Márcio ainda é dono de considerável cacife político no clube e há diversas outras correntes (como a do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello) que não simpatizam com o atual mandatário.

Na história do Flamengo, há apenas um precedente, ocorrido há 21 anos: Edmundo Santos Silva foi afastado do cargo em 2002 (assumira em 1999).pela Assembleia Geral, a mesma que julgará o pedido atual, cujas linhas mestras começarão a ser traçadas a partir desta segunda-feira por juristas e desembargadores rubro-negros próximos a Márcio Braga. Há uma grande revolta na Gávea pelo que consideram uma inadmissível omissão de Landim em intervir no futebol, apesar dos sinais evidentes de completa desorganização - o não afastamento sumário do vice de futebol Marcos Braz, após se envolver numa briga com um torcedor num shopping, é considerado inaceitável.

A desastrosa temporada de 2023, na verdade, começou a ser forjada em 2022, no dia em que o Flamengo conquistou sua segunda Libertadores. Antes mesmo de a bola rolar, em Lima, Gabriel já convencera Marcos Braz a entrar de férias, imediatamente, caso decidisse o troféu intercontinental. Decidiu e não somente ele, mas todos os titulares entraram de férias, num "repouso" inacreditável que chegou a quase 60 dias, com o clube sabendo que disputaria um Mundial Interclubes no início do ano seguinte.

Deu no que deu. Além da absurda não renovação com Dorival, para contratação de Vitor Pereira (que na visão da atual diretoria "engolira" o treinador do Flamengo na final da Copa do Brasil), a preparação para o principal torneio que o time disputaria no ano foi risível e daí em diante foi só ladeira abaixo. Nem o mais pessimista dos rubro-negros seria capaz de imaginar um fracasso tão colossal. Oito chances de levantar taças, nenhuma delas conquistada!

Vitor Pereira foi um erro gigantesco, Jorge Sampaoli outro, ainda maior. O Flamengo precisa, urgentemente, de uma reformulação geral. Braz, Spindel, Fabinho, Juan e Skinner não podem continuar à frente do futebol de um clube com orçamento bilionário e um elenco ainda de estrelas (ainda que algumas delas estejam com o prazo de validade claramente vencido). O Flamengo precisa de mudanças radicais.

E Márcio Braga quer começá-las pelo presidente. A briga vai ser boa.

Em tempo: Marcio apoiou Landim em suas duas eleições, mas nunca deixou de criticá-lo quando achou que estava errado.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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