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Bom-senso leva Tite a assumir Flamengo em 2023

Que Tite já tinha dito sim ao Flamengo, quem me acompanha aqui no UOL sabia desde a quarta-feira passada. A dúvida era apenas se assumiria somente em 2024, mantendo a promessa que fizera aos familiares de não trabalhar em 2023, ou se os rubro-negros conseguiriam convencê-lo da importância de iniciar o trabalho ainda este ano, para poder avaliar bem todo o elenco e garantir uma vaga para a próxima Libertadores - competição mais importante do calendário nacional.

O trabalho de convencimento, surtiu efeito. Embora ainda não haja uma comunicação oficial, já se sabe que o ex-treinador da seleção brasileira deverá ser anunciado no próximo domingo e assumirá o comando do grupo na segunda-fera, quando se inicia mais uma data Fifa.

Dali até o final da temporada, terá 13 jogos para rearrumar a equipe, destroçada pela sequência tenebrosa de Vítor Pereira e Jorge Sampaoli, e lutar por uma vaga direta na principal competição do continente ou, no mínino, um lugar na pré-Libertadores.

Tite sabe que após o fracasso em duas Copas e a ruína de seu sonho de trabalhar na Europa, o Flamengo é a melhor oportunidade que tem de retomar o prestígio de principal treinador brasileiro, reconhecimento conquistado, com justiça, em seus tempos de Corinthians.

Sabe também que disputar a próxima Libertadores é fundamental neste processo e que um bom trabalho em 2024 passa obrigatoriamente pelo que ainda pode ser feito em 2023.

Um exemplo? Há vários jogadores do elenco (onze, senão me falha a memória) que já trabalharam com Tite, inclusive na seleçao brasileira. Muitos parecem viver o ocaso de suas carreiras (Filipe Luís, David Luiz, Rodrigo Caio, Éverton Ribeiro e Cebolinha, por exemplo), mas são atletas pelos quais o treinador tem conhecido apreço.

Se assumisse somente em 2024, provavelmente, pediria que seus contratos fossem renovados para que tentasse que ainda tivessem um canto de cisne com ele..

Assumindo agora, com 13 rodadas do Brasileiro a serem disputadas, Tite terá tempo suficiente para avaliá-los e só bancar suas renovações caso dêem de fato provas de ainda serem capazes de produzir algo.

As informações vazadas que ainda há detalhes do contrato que atrasam a divulgação do acerto e podem até inviabilizá-lo não passam de uma manobra dos dirigentes para justificar a compreensível decisão de só assumir após o jogo com o Corinthians, na Neo Química Arena onde, certamente, seria muito hostilizado pela torcida que o têm como ídolo e agora se sente traída porque ele recusou quatro convites, somente este ano, para voltar.

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O martelo, porém, está mais do que batido.

EM TEMPO

Em 2009, num vôo de São Paulo para Londres, Luiz Felipe Scolari me garantiu, de pés juntos, que nem em seus piores pesadelos se via treinando a selelção na Copa de 2014, no Brasil. Quem estava mesmo no banco, no fatídico e trágico 7 a 1? Pois é. Mudar de opinião faz parte, Nem sempre dá certo (vide o caso de Felipão), mas faz parte. Chamar Tite de mentiroso agora é coisa de bocó, ou de corintiano frustrado. Cresçam, por favor!

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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