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Opinião

Diniz é o maior cabo eleitoral de Ancelotti

Após uma goleada sobre a Bolívia, o grande saco de pancadas das eliminatórias sul-americanas, a seleção brasileira de Fernando Diniz piora a cada jogo. Na magra vitória sobre o Peru, venceu com um gol na bacia das almas, no empate com a Venezuela (no Brasil) não jogou bulhufas e, finalmente, contra o Uruguai, no Estádio Centenário, coroou a sequência medonha, com uma derrota justíssima por 2 a 0 - revés que não acontecia desde 2001 diante da Celeste Olímpica.

Pra concluir o desastre, Neymar sofreu grave contusão no joelho e sabe-se lá quando poderá voltar a atuar. Enquanto esteve em campo, o camisa 10 mal viu a bola. Como. aliás, praticamente todos os seus companheiros.

As atuações individuais e a coletiva foram tão ruins, que o selecionado de Diniz não acertou nem uma bola na direção correta do gol defendido por Rochet. A única conclusão digna de registro foi em uma cobrança de falta de Rodrygo (um dos poucos que se salvaram) que bateu no travessão.

Se os jogadores estiveram especialmente mal, Fernando Diniz também errou tudo o que tentou. A aglomeração de Neymar, Vini Jr e Rodrygo, pelo setor esquerdo de ataque, já usada, sem sucesso, contra os venezuelanos, em Cuiabá, foi ainda pior em Montevideo. Não conseguiu criar rigorosamente nada. E o técnico demorou a mexer e, quando o fez, empilhou equívocos.

Como explicar a entrada de Richarlison (que não joga patavinas faz tempo) no lugar de Neymar?!?! E as trocas dos laterais, quando o meio-campo inexistia e a equipe precisava reagir? Rafael Veiga, que seria a solução natural para entrar no lugar de Neymar, só entrou no finalzinho, quando não havia tempo pra mais nada.

A seleção fez, com certeza, uma de suas piores partidas na história das eliminatórias da América do Sul. O que dirão agora os tresloucados que, após o 5 a 1 sobre os pobres bolivianos, dispararam que Ancelotti nem precisava vir, porque o Brasil já tinha técnico?

Venha, sim, Don Carletto. Mas venha preparado, pois essa seleção precisa mudar muita coisa, entre elas, aposentar veteranos como Marquinhos (que falhou grosseiramente nos dois gos uruguaios) e Casemiro (lento e previsível), que precisam dar lugar aos mais novos.

Ah, igualmente importante, Ancelotti: repita na seleção canarinha o esquema que permite que Vini Jr. seja um dos maiores craques da atualidade. Com Tite e com Diniz ele não conseguiu ser ainda nem sombra daquele do Real Madrid.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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