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Tite não quer que o Flamengo tenha sua cara. Quer ter a do rubro-negro

Curioso é o futebol. Após leve superioridade, no primeiro tempo, o Flamengo era pressionado pelo Vasco, no segundo, e quando Tite trocou Bruno Henrique por Luís Araújo, ninguém entendeu bem sua lógica. Afinal, mesmo sem ser brilhante, o ponta-esquerda ainda era dos atacantes mais perigosos em campo e Gerson já dava nítidos sinais de cansaço, atuando pelo lado direito do rubro-negro.

Pois foi o "Curinga" que, após defesa salvadora de Rossi, em cabeçada de Vegetti, iniciou, pela esquerda o lance que culminaria no gol da vitória do clube da Gávea, aproveitando rebote de cruzamento para a área de Gabriel, que substituíra Pedro (uma vez mais com atuação discretíssima). Sorte ou competência? Talvez um misto dos dois.

Fato é que com 100% de aproveitamento nos dois jogos sob o comando do novo treinador, o rubro-negro se solidificou no G-4 e o sonho de titulo (ainda com ares de impossível) segue vivo, após o empate do Botafogo com o Athletico Paranaense. A distância agora é de nove pontos, faltando 10 rodadas.

A melhor jogada de Tite, entretanto, veio na entrevista coletiva pós jogo. Perguntado se ainda faltava muito para que o Flamengo tivesse a sua cara, saiu-se com uma resposta magistral:

- Eu não quero que o Flamengo tenha a minha cara. Quero ter a cara do Flamengo. Do time que sempre foi protagonista, que teve algumas formações de meio-campo históricas, como Andrade, Adílio, Zico, Tita, Lico e, mais recentemente, Gérson, Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Gabriel, Bruno Henrique...

Sim, é óbvio que houve um quê de demagogia na resposta. Mas a verdade é que a equipe de Tite já se mostra bem melhor que a de seus péssimos antecessores: Vitor Pereira e o tétrico, horripilante e catastrófico Jorge Sampaoli.

A defesa está mais bem arrumada, o meio-campo mais firme e o ataque, livre das amarras posicionais, mais solto e insinuante (Arrascaeta fez um belo primeiro tempo contra o Vasco). O caminho para 2024 parece promissor, seja com que cara for,.Nem contra o Cruzeiro, nem diante do Vasco, o Flamengo foi exuberante. Mas na duas partidas foi objetivo e cirúrgico. O show, a cara de Tite ou do Flamengo, certamente, só virão no ano que vem com os reforços e a continuidade do trabalho. Mas para uma torcida que sofreu tanto nesta temporada com os dois pirangueiros que comandaram o elenco, o professor Adenor é um alívio e tanto,

A conferir as cenas dos próximos capítulos.

EM TEMPO

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Como Jorge Sampaoli pode deixar seu compatriota Agustin Rossi tanto tempo no banco de Matheus Cunha? Só essa escolha absurda deveria ser o bastante para comprovar a fraude que é como treinador.

DE VOLTA

Pedro teve duas atuações medíocres como titular sob o comando de Tite. Mesmo ainda longe da forma física e técnica que o tornou um dos maiores ídolos da história rubro-negra, Gabriel entrou bem diante do Vasco e não me espantarei se voltar a ser titular contra o Grêmio. Seu estilo encaixa bem mais com os de Arrascaeta e Bruno Henrique, seus velhos companheiros nos melhores momentos do Flamengo de Jorge Jesus.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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