João de Deus, Jorge Jesus e o cruzeiro do Neymar
Treino de quarta-feira, no faraônico Centro de Treinamento do Al-Hillal. João de Deus, o braço direito de Jorge Jesus se aproxima do Mister e, meio sem jeito, pergunta:
- Já lestes as notícias do Neymar?
O técnico dá um bocejo e pergunta:
- Se machucou de novo?
- Não. Está fazendo fisioterapia para recuperar os movimentos normais do joelho, após a cirurgia...
- E qual é a novidade?
- O local, Mister. Depois de postar um vídeo de uma das sessões, em que urrava de dor quando o fisioterapeuta lhe fazia o alongamento necessário, há cerca de um mês, no Brasil, ele agora está a bordo de um cruzeiro temático, com um bando gigantesco de parças...
- Al mare? - comentou Jesus, com um sorriso irônico a bailar nos lábios.
- Exatamente. E já surgiram vídeos dele dançando na boate de muletas, imagina... - prosseguiu o De Deus, contrariado.
Foi quando o treinador que revolucionou o futebol brasileiro, com o seu inesquecível Flamengo de 2019, perdeu a paciência:
- Ó João, vamos falar sério? Com nosso time voando do jeito que está, batendo, recorde de vitórias consecutivas (já são 19), metendo 7 a 0, na última rodada e mantendo sete pontos de vantagem para a equipa do nosso conterrâneo Luís (Castro), que está em segundo lugar, você acha realmente que eu estou pensando no Neymar? Aliás, diga-me lá, senhor preocupado: quem você barraria para escalá-lo?
João de Deus coçou a cabeça e reconheceu:
- É, mister, melhor que ele fique mesmo bastante tempo lá pelo Brasil. Em terra, no ar ou no mar.- gracejou.
- Navegar é preciso! - filosofou Jesus, parodiando o grande poeta portuguès Fernando Pessoa.
E lá se foram os dois, gargalhando, dar o treino para o líder do Sauditão.
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Quero receberEm tempo: esse texto é uma obra de ficção. Mas, como dizem os italianos, "se non è vero, è ben trovato".
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Agora, falando sério, faz muito tempo que Neymar deixou de ser um atleta profissional. Não à toa, não houve nem sequer um clube de primeira linha interessado em contratá-lo, depois que o PSG se livrou dele. E, pelo andar da carruagem, logo o filme dele estará queimado até no "mundo árabe". Com razão.
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