Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Fifa e Conmebol chegam ao Brasil para mediar guerra pelo trono da CBF

Na autêntica guerra de foice no escuro que se trava pelo poder na CBF (leia-se, no futebol brasileiro), há várias correntes políticas envolvidas e expectativas absolutamente antagônicas.

A turma que tem por trás os ex-presidentes da CBF banidos do esporte, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, padrinhos da ação que resultou no afastamento de Ednaldo Rodrigues, quer entronizar o advogado Flávio Zveiter e sonha, através dele, voltar a dar as cartas no ludopédio tupiniquim.

Outro grupo, liderado pelo atual presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, vice-presidente eleito na chapa de Ednaldo, se prepara também para disputar o trono principal, que Reinaldo, como interventor, dividiu, por constrangedores minutos, com o presidente do Flamengo Rodolfo Landim, numa das tentativas de tomada de poder mais bizarras e malsucedidas do mundo da bola.

Em meio a tudo isso, o ministro Gilmar Mendes, do STF, sócio fundador do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, contratado pela CBF, reconduziu liminarmente Ednaldo ao poder e embora os que sonham com a saída do atual presidente acreditem que tal liminar será cassada, em fevereiro, pelo plenário do Supremo a verdade é que, em Brasília, isso é considerado praticamente impossível, justamente por ter sido uma decisão de Gilmar Mendes, um dos decanos da casa.

Enquanto isso, chega ao Brasil, no Rio de Janeiro, a missão, da Fifa e da Conmebol, chefiada pelo espanhol Emilio Garcia Silvero, Oficial Chefe Jurídico e de Conformidades, que a partir de segunda-feira, na sede da CBF, tomará pé de toda a situação que, se for mantida na esfera da Justiça Comum pode, sim, provocar a suspensão do Brasil das competições internacionais, como acaba de acontecer com a Índia.

Com a derrota nos tribunais se desenhando, resta aos grupos que derrubaram Ednaldo lutar agora pela convocação de uma Assembleia Geral da própria CBF para tentar destitui-lo.e convocar novas eleições (mas para que isso aconteça é preciso o apoio de 2/3 das federações). Não é fácil.

Sentindo-se seguro, Rodrigues partiu para o ataque: conversou com Reinaldo, presidente da Federação Paulista, com Júlio Casares, presidente do São Paulo, e, pelos maus resultados, decidiiu demitir Fernando Diniz, condição básica para Dorival Júnior iniciar a conversa para ser o novo treinador.

Não custa lembrar, este é o grande sonho de Dorival. Dificilmente ele não o aceitará.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes