Indefinição de Landim pode eleger Bandeira
A eleição é no final do ano, mas a Gávea já ferve politicamente. Ainda não há uma candidatura oficial, mas vários nomes são discutidos e agem nos bastidores, num xadrez eleitoral pra lá de complicado.
A começar pela situação, que tem dois postulantes claros, o vice-presidente geral e jurídico Rodrigo Dunshee de Abranches e o presidente do Conselho de Administração Luiz Eduardo Baptista, o Bap. Qual deles terá a benção de Rodolfo Landim?
Dunshee conta com uma promessa de apoio do presidente, desde que a ele se uniu há cinco anos, na primeira chapa de Landim. O combinado era que Rodolfo, eleito, não disputaria a reeleição e apoiaria Rodrigo, como seu sucessor, o que não aconteceu.
Como será agora, que o atual big boss não pode mais se reeleger? Cumprirá a promessa feita lá atrás? Na atual excursão aos EUA, Dunshee pretendia voltar ao tema. E como reagirá Landim?
Ainda do lado da situação há um terceiro nome que sonha se tornar alternativa: Maurício Gomes de Mattos vice de Embaixadas e Consulados. Mas ele próprio sabe que só terá chances caso o ex-presidente Bandeira de Mello não dispute o pleito, pela oposição.
Muitos rubro-negros acham que Landim não apoiará publicamente ninguém da situação, mas alguns apostam que, de forma velada, pedirá votos para Bap. Seja como for, se a situação se dividir de fato, aumentam as chances da oposição. Mas falta o candidato.
Wallim Vasconcelos, que poderia assumir este papel, acaba de ser contratado como CEO de uma empresa formada por um grupo de investidores que pensa em comprar um clube para transforma-lo em SAF. Carta fora do baralho.
Aí surge Bandeira de Mello. Que nem pensava em voltar à política rubro-negra mas, após as manobras frustradas da situação, tentando expulsá-lo do clube, passou a admitir nova candidatura.
Dentro da Gávea ele é, no momento, considerado o favorito, pois nem Dunshee nem Bap (principamente este) gozam de muita simpatia no colégio eleitoral. Dividindo os votos, então...
Há um fator, entretanto, que pode acabar fazendo a balança pender para um lado ou para o outro. O futebol rubro-negro que, após a coleção de fiascos da temporada passada, está em baixa.
Se, entretanto, Tite acertar o time, com a chegada dos reforços, e conquistar o Brasileiro ou a Libertadores (se forem os dois, então, nem se fala) a situação se fortalece. Mas, ainda assim, Landim terá que ungir um único candidato.
Caso contrário, a vaca pode ir pro brejo. Caminho certo, caso o rubro-negro viva mais um ano de frustrações. Quando a bola entra, perdoa-se tudo. Quando não, atiram até pedra em santo.
O CONTRATO DE BRUNO HENRIQUE
Após a publicação de meu último post quando, baseado em duas fontes que sempre foram confiáveis na Gávea, revelei a fortuna que o clube aceitou pagar para Bruno Henrique, numa renovação por três anos de contrato (prazo absurdo para um jogador da idade dele), o Flamengo soltou nota oficial me desmentindo e dizendo que a matéria era "sensacionalista e mentirosa" e inventava "valores totalmente irreais".
Curiosamente, um dia antes, também por causa do meu post, o diretor executivo Bruno Spindel admitira, em entrevista ao GE, um valor total de R$ 70 milhões a serem gastos no contrato do jogador (minhas fontes falaram em R$ 100 milhões), um salário de cerca de R$ 2 milhões mensais (minha informação era de R$ 2,5 milhões/mês) e um pagamento ao empresário do atleta de pouco mais de R$ 1 milhão (aqui, sim, um significativa diferença, pois meu post falava em R$ 7 milhões ao agente (7% de toda a transação).
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Quero receberA nota oficial alega ainda que todos os contratos do futebol estão sempre à disposição do Conselho Fiscal (um de seus membros garantiu às minhas fontes que o contrato de BH ainda não tinha sido visto por lá). Entretanto, afirma a seguir que "o Flamengo não está obrigado a exibir contratos a estranhos a sua organização interna e não aceitará qualquer tipo de pressão pública".
Estranho, não? Por que não mostrar o contrato e acabar com todas as dúvidas?
Em tempo: pelo visto, para a diretoria rubro-negra, R$ 70 milhões por três anos e salários de R$ 2 milhões mensais para Bruno Henrique não são valores absurdos...
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