Tite arrasa gramado do Maracanã e deixa Landim em saia-justa
Entra ano, sai ano, o gramado do Maracanã é um pasto. Ainda assim, Flamengo e Fluminense, sócios no consórcio que administra o estádio, continuam entregando a manutenção do campo à Greenleaf, que culpa o excesso de jogos, a falta de iluminação solar em determinadas áreas da grama e por aí vai.
O debate é antigo, repetitivo e, aparentemente, insolúvel. Mas ganhou um crítico de peso e de "dentro": o técnico Tite, do Flamengo, que soltou o verbo após a vitória de seu time sobre o Volta Redonda.
- É inadmissível, é inadmissível o Maracanã ter esse gramado. Não sei quem é o responsável. Estou fazendo apenas o diagnóstico. (...) O pênalti (para o Flamengo) aconteceu porque o gramado prejudicou o jogador do Volta Redonda! Não dá para ter um campo assim, gente! Não dá! - disse o treinador.
Bem, se o professor Adenor não sabe quem é o responsável, eu conto: o próprio Flamengo, na pessoa de seu presidente Rodolfo Landim que, lado a lado com o presidente Mário Bittencourt, do Fluminense, nada faz para resolver o desastre que é o gramado do outrora Maior e mais lindo estádio do mundo.
POSICIONAL OU FUNCIONAL?
No triunfo por 3 a 0, o time de Tite começou bem, se enrolou na maior parte do tempo e terminou criando as melhores oportunidades no final da partida, jogando com muita movimentação, tabelas e triangulações.
Iniciou com os dois pontas abertos, adorados pelo técnico, que é mais um a tentar fazer o Flamengo se encaixar num esquema de jogo posicional - com o qual já fracassaram Domènec, Paulo Sousa, Vitor Pereira e Jorge Sampaoli. Todos treinadores de uma nota só: o totó.
É o esquema que o comandante rubro-negro considera pronto, "desde o final do ano passado" (embora só tenha se classificado diretamente para a fase de grupo porque o Botafogo perdeu na última rodada).
A possibilidade de usar os quatro jogadores mais talentosos juntos, no meio-campo, Tite condiciona à adaptação do "flutuador" (novidade no "titês", que pouco a pouco volta a dominar suas entrevistas).
Traduzindo: ele acha que o esquema só vai encaixar quando De La Cruz se adaptar aos companheiros e suas atribuições táticas, como fazer o lado direito do ataque em combinação com o lateral daquele lado, seja Wesley ou Varella (ambos péssimos).
Citando Jadson, no seu Corinthians de 2015, e Bernardo Silva, no City atual de Guardiola, ele dá pistas da função que espera ver De La Cruz cumprindo.
- Ele é mais pra Arrascaeta do que pra Pulgar. Já Gerson, ao contrário, é mais Pulgar que Arrascaeta - exemplificou.
Diagnóstico preocupante. Porque pelo que se vê em campo dá a impressão que o ideal seria o contrário. A conferir.
De uma coisa apenas, tenho certeza, se Tite insistir no jogo posicional, engessando jogadores como Bruno Henrique, não haverá flutuador que o salve. O naufrágio será uma possibilidade pra lá de palpável.
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