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Pragmático, Tite classifica o Fla, mas não precisava humilhar Gabriel

Com o empate em 0 a 0, no segundo Fla-Flu, o Flamengo eliminou o Fluminense e está na final do Campeonato Carioca, pelo quinto ano consecutivo, com chances palpáveis de conquistar o terceiro título no período.

Tudo muito bom, tudo muito bem? Para boa parte da torcida, mais resultadista, sim. Mas para outra, exigente, romântica e tão numerosa quanto, não. Porque após a vitória no primeiro Fla-Flu, com absoluto domínio de jogo, se esperava mais do rubro-negro. Bem mais.

Como diziam os jornalistas de antanho (cáspite!), a equipe de Tite jogou com o regulamento debaixo do braço. A pressão sufocante na saída de bola do Flu, na primeira partida, deu vez a uma marcação cautelosa, mais atrás, fechando suas duas linhas de quatro e apostando nos contra-ataques.

Sim, deu resultado: o Flamengo não podia tomar três gols e não cedeu nem sequer uma chance claríssima ao Fluminense que lançou uma formação ultra ofensiva, quase kamikaze. Mas, para os torcedores que ainda sentem saudades, mais que justificadas, do Flamengo de 2019, ficou uma ponta de frustração.

É verdade que Pedro teve um gol anulado em decisão, no mínimo, polêmica. Foi falta de Luís Araújo em Keno? O VAR deveria ter intervindo, com o juiz tão próximo do lance? E mais, numa jogada que ainda passou por Pulgar, Rossi, Arrascaeta e cruzou todo o campo, faz sentido a anulação? Eu acho que não.

De qualquer forma, é bom que o torcedor se acostume. Tite é um treinador pragmático. Que valoriza o resultado mais que o espetáculo. Se começar a levantar taças, em sequência, será festejado e aceito. Mas dificilmente apagará a memória afetiva do futebol mágico, extremamente ofensivo e encantador de Jorge Jesus.

PRECISAVA?

Ao optar por Victor Hugo, ao substituir Pedro, Tite mandou um recado claro a Gabriel. Aqui mando eu. Desnecessário e perigoso. Enquanto o Flamengo seguir vencendo, tudo bem. Nos primeiros tropeços, pode gerar uma crise, com consequências imprevisíveis.

Pelo andar da carruagem, fica a sensação de que o maior artilheiro rubro-negro em finais de Libertadores está com os dias contados no clube. Lamentável.

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Pela sua postura e pela do clube, incapazes de se entender e preservar uma história gloriosa e tão importante. Que ainda poderia render muitos frutos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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