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OpiniãoEsporte

SAF no Flamengo não é por dinheiro. É por poder

À medida que o ano vai avançando, avança também no Flamengo o debate sofre SAF. O atual presidente Rodolfo Landim é um de seus maiores entusiastas, embora ressalve sempre que o clube jamais venderá a maioria de seus ações, seja do futebol ou do futuro estádio. Promete assim que o controle nunca sairá das mãos da diretoria eleita pelos sócios.

Mas, afinal, para que o rubro-negro, que acaba de exibir um faturamento recorde de aproximadamente R$ 1,4 bilhão no ano passado, com lucro de cerca de R$ 230 milhões, precisa de uma SAF? O clube da Gávea faturou mais que a CBF na última temporada!

Aqueles que defendem tal tese alegam que seria uma forma de se proteger. no futuro, de outras SAFs, que poderiam tornar seus rivais mais poderosos, caso, por exemplo, do Bahia, se porventura o Grupo City resolver investir pesado por aqui. Historinha de boitatá, convenhamos.

Há também quem advogue a favor dela por causa da construção do estádio que, sim, exigirá um investimento pesadíssimo, que poderia voltar a aumentar o endividamento do Flamengo. Isso é um fato.

Mas o que ninguém fala abertamente é que a discussão da possível SAF rubro-negra é muito mais um projeto de poder que financeiro. É isso que Landim e seus pares buscam ao tentar implantar a SAF.

Seria uma forma de se eternizar no comando, uma vez que, ao final deste ano, o atual presidente não poderá ser candidato e seus dois possíveis sucessores, Rodrigo Dunshee de Abranches e Luiz Eduardo Baptitsta, o Bap, mostram-se fracos frente à possível oposição liderada por Eduardo Bandeira de Mello, seja ele cabeça de chapa ou não.

Aprovada a SAF, seja do futebol ou somente do estádio, podem apostar, Landim será o seu CEO, o manda-chuva, que tudo fará para, aos poucos, ir transformando o presidente do clube numa espécie de "Pedrinho", que no Vasco a 777 proibe de ter qualquer contato com a equipe e a comissão técnica do futebol.

Se, de fato, conseguir tirar o projeto do estádio do papel, seja no gasômetro, seja aonde for, o Flamengo não precisará necessariamente ser SAF, mas de investidores e parceiros que acreditem que a nova praça de esportes poderá lhes trazer lucros futuros. Será tão difícil atraí-los?

Que ninguém se engane: o clube mais rico e de maior torcida do Brasil não começa a discutir a SAF por grana, mas por um ambicioso projeto de poder. Capitaneado por Rodolfo Landim.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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