Tite teima e repete o erro de Dome, Sousa, Pereira e Sampaoli
O mínimo que se espera de um treinador do currículo e da história de Tite é que faça o dever de casa, antes de assumir um time do tamanho do Flamengo. Entenda-se por isso, estudar como jogava a equipe em seus melhores e piores momentos, antes de sua chegada.
Ao que tudo indica, tal tarefa básica não foi cumprida. Porque o atual treinador ignora o que houve de bom com Jorge Jesus e Dorival Júnior e insiste em repetir os mesmíssimos erros cometidos por quatro de seus fracassados antecessores: Domènec Torrent, Paulo Sousa, Vitor Pereira e Jorge Sampaoli.
Seu Flamengo, que ontem venceu melancolicamente, por 1 a 0, o frágil Amazonas, em pleno Maracanã, jogando pedra em santo, é uma cópia bizarra e desanimadora da equipe rubro-negra que, em outras épocas, foi obrigada a atuar, por vários técnicos, num esquema posicional.
Costuma dizer, sabiamente, o megacampeão Carlo Ancelotti, que seu esquema preferido de jogo é aquele no qual, percebe, conseguirá extrair o máximo de seus jogadores. Todos os supracitados são de escola oposta: têm, em comum, a obsessão de repetir Guardiola, tenham ou não seus jogadores as características ideais para tal.
Fato é que, rodada após rodada, o futebol do time de Tite definha, murcha. Nas últimas três partidas, foram duas derrotas e uma vitória que quase pode ser encarada como revés. É aceitável que isso aconteça com o elenco mais caro e ainda considerado por muita gente o melhor do continente?
Após sete meses, apesar da conquista do Carioquinha (como de hábito um tremendo Me Engana Que Eu Gosto), não há como deixar de considerar o trabalho de Tite uma decepção. Após o fracasso em duas Copas do Mundo, o treinador deixa no ar a sensação de que pode estar vivendo o ocaso de sua carreira como aconteceu já algum tempo com Vanderlei Luxemburgo.
Vêm aí dois jogos complicados, diante do que o Flamengo (não) vem jogando: o Red Bull Bragantino, no Nabi Abi Chedid, e o Palestino, em Coquimbo. Em caso de novos insucessos, eu passaria a olhar com carinho a possibilidade de conversar com Filipe Luís para saber se ele já se considera em condições de assumir o profissional.
O trabalho de Tite não vem dando nem sequer sinais de recuperação. Pelo contrário. Como testemunha do que aconteceu com Carpegianni, em 1981, assumindo o timaço de Zico (que estava se perdendo com Dino Sani), e o levando aos títulos consecutivos da Libertadores, do Mundial e do Brasileiro, não duvido que possa dar certo.
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