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Filipe Luís assustou a torcida, mas garantiu a vaga ao estilo Simeone

Quando Bruno Henrique foi expulso, com justiça, e Filipe Luís colocou o zagueiro Fabrício Bruno no lugar de Gabriel, confesso, tomei um susto e não gostei. Tirar o camisa 99, tudo bem, era uma vez mais um peso morto, incapaz até de dominar a bola. Mas botar um zagueiro e jogar 60 minutos sem nem sequer um atacante? Enlouqueceu, pensei.

Tolinho, eu. Com uma linha defensiva de cinco, Filipe estacionou um "ônibus" à frente de sua zaga, anulando 99% das ações ofensivas do Corinthians, que teve apenas uma oportunidade real de marcar, num chute de Yuri Alberto que obrigou Rossi a uma grande defesa. Nada além. E com Gérson em mais uma jornada de gala (como está jogando o Curinga!), bem acompanhado por Pulgar e Wesley, o Flamengo segurou o 0 a 0 sem sustos.

A partir de agora, o grande desafio do jovem e iniciante treinador será remontar seu ataque. Bruno Henrique e, principalmente, Gabriel, não merecem mais ser titulares. Mas quem poderá substituí-los? Na ponta-esquerda, a solução natural é Michael. E no comando do ataque? Filipe disse, na coletiva pós-jogo, que em seu esquema preferido gosta de ter um centroavante mais enfiado na área adversária. Característica de Pedro, que só volta a jogar no ano que vem. E aí?

Carlinhos é fraco e nem pode disputar a Copa do Brasil. Por que não buscar um menino da base, como Filipe Teresa, autor do gol do titulo mundial, sob o seu comando? Qualquer outra opção será improvisação: Plata, Arrascaeta de falso nove, ou novamente Bruno Henrique (que está suspenso do primeiro jogo da final, contra o Atlético Mineiro).

O próximo jogo, com o Juventude, no Maracanã, pelo Brasileiro, parece ser excelente oportunidade para testar todas estas possibilidades. Inclusive o meio-campo sem De La Cruz, que voltou a se contundir - terá o departamento médico do controverso Dr. Tannure comido mosca nos exames pré-contratação?

Filipe Luís, que já confessou ter todos os treinos de Jorge Jesus anotados, com certeza, tem também os de Diego Simeone, seu treinador anos a fio, no Atlético de Madri. E se, no primeiro jogo, no Maracanã, emulou o Mister, foi usando os ensinamentos do último que conseguiu chegar à final da Copa do Brasil.

Uma bela carta na manga. Esperemos as próximas.

Bem treinado

Gozadores invadiram as redes sociais, dizendo que Filipe é um visionário. Que já tinha três jogos com um a menos (Gabriel) para se preparar para uma eventualidade como a da última partida.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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