Cada vez melhor, Filipe Luís engole Milito e põe uma mão na taça
Quando vazou a escalação do Flamengo para o jogo contra o Atlético Mineiro, confesso, estranhei. Depois de emular Jorge Jesus, em seus dois primeiros jogos, comandando os ex-companheiros, e Diego Simeone, quando viu sua equipe ficar com um a menos, ainda no primeiro tempo da segunda partida da semifinal da Copa do Brasil, diante do Corinthians, Filipe Luís parecia estar dando alguns passos atrás, revivendo o malfadado esquema de pontinhas, de Tite.
Ledo engano. Com Éverton Araújo e Gerson, uma vez mais monstruoso, de volta à posição de segundo volante, e marcação forte na saída de bola do adversário, o Flamengo dominou o meio-campo, impediu que a bola chegasse a Scarpa, Paulinho e Hulk e com os três atacantes encurralou o Atlético na defesa.
O primeiro gol, marcado por Arrascaeta, foi uma pintura. Do giro de Gerson, deixando Wesley completamente livre, para avançar pelo meio e tocar para Michael, passando por Gabriel no facão e este concluindo bem, obrigando Everson à defesa parcial, a conclusão do uruguaio para o fundo da rede foi o fecho de um lance todo perfeito e muito bem elaborado.
O segundo gol teve a influência direta do treinador, que queria Gabriel atuando mais pela direita, com Wesley e Plata, o que só aconteceu depois que Filipe deu uma dura em Gabriel, chegando a chamá-lo de moleque, aos berros, à beira do gramado. Deu certo. O outrora artilheiro caiu pelo setor e foi por ali que voltou a justificar o velho apelido.
Ratificado no segundo tempo, quando venceu Everson, novamente, com um chute cruzado, após roubada de bola de Michael (que jogou muito) e toque de Alcaraz. Quem diria, o velho artilheiro das finais (13 gols em 15 delas) renascia... Numa final! Aposta de seu ex-companheiro e novo treinador.
Impossível não bater palmas para Filipe Luís. Com tão pouco tempo de profissão é ele (e não seu veterano antecessor) que pode ser visto como camaleão. As táticas e as escalações variam de acordo com os adversários, que ele estuda meticulosamente. E na maioria das vezes dão certo.
Com a vitória por 3 a 1, no Maracanã, o Flamengo tem o título da Copa do Brasil bem encaminhado. Mas tem, principalmente, um jovem de enorme potencial como treinador. Ah, se tivesse assumido antes dos duelos contra o Peñarol...
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