Filipe Luís salvou o ano do Flamengo
Além de ser um dos treinadores com maior potencial do futebol brasileiro, Filipe Luís é um gentleman. Por isso atribuiu a Tite parte da conquista da Copa do Brasil. Mas seu time não tem nada a ver com o de seu antecessor, uma equipe manietada, sem graça e sem futuro.
Sob o comando do novo técnico, mudou da água pro vinho. E chegou, com méritos, ao título que salva a temporada rubro-negra. Uma vez mais, Filipe surpreendeu. E acertou tudo, da escalação inicial às ótimas mexidas no segundo tempo.
Nas duas etapas, apesar de o Atlético ter maior posse de bola, foram do rubro-negro carioca as chances mais claras de gol - dez ao todo, enquanto o adversário se limitava a centros altos sobre a área e chutes de Hulk, de longe.
Se nos 45 minutos iniciais, o técnico não se sentiu satisfeito (ele confirmou tal sentimento na coletiva pós-jogo), depois que trocou Gabriel por Bruno Henrique e Arrascaeta por Fabrício Bruno, equilibrou a defesa e abriu espaço para vários contra-ataques. O campeão poderia ter goleado o time da casa, tantas foram as oportunidades criadas e desperdiçadas com Bruno Henrique, Michael, Wesley e Alex Sandro.
O Flamengo de Filipe Luís é encantador, desde o seu primeiro jogo, quando lembrou os tempos de Jorge Jesus, e também na sequência, quando precisou usar lições aprendidas com Diego Simeone e garantiu a classificação à final, com um jogador a menos, desde o primeiro tempo. Um camaleão. Autêntico apóstolo do inesquecível Mister. Um achado.
Bem maior que o título da Copa do Brasil. Seja quem for o próximo presidente, não pode nem sequer pensar em outro treinador que não seja ele. Imaginem o que poderá fazer com o elenco completo, com as voltas de Pedro, Luís Araújo, Cebolinha, Viña, etc?
VAI COM DEUS
Gabriel não deveria ter falado o que falou após o jogo em que o Flamengo festejava o título da Copa do Brasil. O correto seria dizer que comunicaria sua decisão nos próximos dias, em coletiva no Ninho do Urubu, e que a hora era de comemorar a conquista.
Mas esse não seria Gabi, que não abre mão de ter os holofotes sobre si mesmo. Uma pena. Ninguém apagará sua brilhante história, com gols e títulos em duas Libertadores, dois Brasileiros e agora duas Copas do Brasil. Está na história. Mas não precisava sair dessa triste maneira. Fez dois gols importantíssimos no primeiro jogo da final (seu autêntico canto de cisne) e acabou, corretamente, substituído no segundo, vendo o time melhorar sem ele. Que seja feliz no Cruzeiro.
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