Boto quer ver Filipe Luís acabando com a hegemonia dos técnicos portugueses
A segunda entrevista de José Boto, novo homem forte do futebol do Flamengo, foi morna, como era de se esperar, a partir do momento em que se antecipou à primeira pergunta e avisou que não falaria sobre contratações - "o segredo é a alma do negócio", justificou.
Houve, entretanto, um momento interessante, quando falou de Filipe Luís, com quem, segundo garantiu, vem mantendo contato diário desde o dia 18 de dezembro do ano passado: "Ele tem um futuro brilhante. Vou ajudá-lo a acabar com a hegemonia dos técnicos portugueses no Brasil", disse, com um sorriso bailando nos lábios.
Uma das poucas concessões que fez ao assunto reforços foi dizer que, embora o dinheiro disponível para isso seja curto, "será suficiente para o que precisamos, pois o elenco é excelente". Boto contou também que começou a se apaixonar pelo futebol vendo a seleção brasileira de Telê Santana, na Copa de 82. "Era mágico, aquele time jogava um futebol único. Todos os outros praticavam outro esporte, bem inferior".
Falando de 82 e da criatividade de seus principais jogadores (Zico, Falcão, Sócrates, Cerezo, Leandro e Júnior), voltou a um ponto em que já fora enfático na primeira coletiva:
Para termos novamente craques daquela estirpe, precisamos voltar a dar liberdade aos nossos jovens para criarem, ousarem, jogarem bola, sem tantas obrigações táticas. Sucesso da base deve ser medido pelo número de jogadores que serão usados no profissional, ou vendidos por bom preço, gerando lucro para o clube.
Por falar em vendas, dois momentos que merecem destaque. O primeiro:
Não está nos nossos planos vender nenhum dos nossos jogadores fundamentais, a não ser que a oferta seja uma loucura. Nosso foco imediato é a Supercopa do Brasil e o foco principal é o Brasileiro. O Mundial vamos nos preparar para fazer um bom papel.
O segundo foi sobre Fabrício Bruno, que está sendo negociado com o Cruzeiro:
Filipe e eu conversamos detalhadamente sobre todos os jogadores do elenco. Inclusive o Fabrício...
Perguntado sobre o fato de o Flamengo voltar a ter um psicólogo, saiu-se com uma comparação meio esdrúxula:
Psicologia, fisiologia etc. são as batatinhas fritas do prato. Agregam, mas o importante é o filé. E o filé é o futebol.
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