Topo

Rodrigo Mattos

Com VAR, Brasileiro teve redução de quatro erros graves por rodada, diz CBF

Raphael Claus consulta o VAR durante a partida entre Grêmio e Fluminense - RICHARD DUCKER/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Raphael Claus consulta o VAR durante a partida entre Grêmio e Fluminense Imagem: RICHARD DUCKER/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

05/02/2020 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Com o uso do VAR, o Brasileiro teve uma redução de quatro erros graves por rodada no Brasileiro, segundo dados da comissão de arbitragem da CBF. Esse número é obtido após a comparação entre as falhas capitais dos juízes em 2018 e no ano passado. De acordo com o chefe dos árbitros, Leonardo Gaciba, não houve mais equívocos em impedimentos.

Gaciba apresentou os números na segunda-feira na cerimônia de entrega dos emblemas Fifa para 30 árbitros e auxiliares. Após a cerimônia, ele fez apresentação com os números definitivos do Brasileiro —já tinha apresentado dados parciais durante a competição.

Segundo os dados divulgados, o Brasileiro-2018 apresentou 188 erros capitais. Considerando que são 380 partidas, são cinco falhas graves por rodada do campeonato. Em comparação, o Brasileiro-2019 com o uso do VAR apresentou 36 erros capitais, o que dá pouco menos de um por rodada. De acordo com a CBF, foram 98,4% de acerto das decisões dos juízes após o uso do VAR, contra 91% no ano anterior.

"O erro por impedimento acabou no futebol brasileiro", exaltou Gaciba, afirmando que, pela análise da CBF, não foi constatado nenhuma falha em marcação desse tipo de lance no Brasileiro inteiro. Houve algumas controvérsias sobre isso no Nacional. Ao explicar os critérios, Gaciba disse que o lance é paralisado no vídeo no frame em que o jogador primeiro toca a bola. E ressaltou que a chance de erro é "mínima". Foram 54 marcações erradas de impedimento corrigidas pelo árbitro de vídeo.

Na marcação de pênaltis, no entanto, não houve um índice de acerto como esse, embora tenha sido reduzido o número de falhas, de acordo com a CBF. Antes, árbitros acertavam 66% dos pênaltis. Agora foram 95% na visão da entidade. Na lista da CBF, foram 70 erros corrigidos neste item. "Isso significa 70 presidentes de clubes a menos na minha sala", brincou Gaciba.

Mas há de se ressaltar que é o item com maior nível de interpretação. Assim, a interpretação da comissão de arbitragem da CBF do que é erro pode não ser consenso mesmo entre juízes. E a confederação não informa quais marcações foram consideradas equívocos, então, há lances controversos no Brasileiro do ano passado sobre os quais não se sabe qual a avaliação da entidade.
Uma discussão é que o VAR do Brasileiro iniciou mais intervencionista do que em outras ligas, como reconheceu Gaciba. Ou seja, tinha mais pedidos de revisões e interferências da cabine. Foram 2.344 checagens (o que inclui as silenciosas sem parar o jogo): 6,17 por jogo. Desse total, só 211 resultaram em revisões do lance pelo juiz. Quando o árbitro foi revisar, alterou sua decisão inicial em 86,7% das vezes. Isto é, em geral ele muda de opinião quando vai para o monitor olhar o lance.
Para o Brasileiro-2020, o VAR ainda precisa ser confirmado pelo Conselho Técnico do Brasileiro da Série A, composto pelos clubes. Não deve ser um problema. Segundo a CBF, há mais de 90% de aprovação entre jogadores, dirigentes e técnicos, que foram entrevistados em uma pesquisa da entidade. Conversas com dirigentes nos bastidores mostram que há, sim, insatisfação com algumas decisões, mas a opinião geral é de apoio ao VAR.
Como novidade, há a possibilidade de a CBF passar a utilizar em 2020 um centro unificado de VAR no Rio de Janeiro, que seria ligado por fibra ótica aos estádios da Série A pelo Brasil. Mas, para ser implementada, a ideia ainda depende de testes.