Fla cresceu 114% com PPV em 6 anos e virou "teto" para contratos da Globo
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O contrato do Flamengo com a Globo para o Brasileiro teve uma modificação importante na edição de 2019: a garantia mínima dada ao clube passou de um percentual sobre o bolo total para um valor fixado. Assim, conseguiu um crescimento de 114% em sua verba do Pay-per-view em valor real de 2012 para 2019. O clube obteve esse mecanismo favorável usando a proposta do Esporte Interativo em leilão e seu objetivo era garantir um valor fixo com Pay-per-view, segundo apurou o blog. Também teve valor fixo por luvas.
Os contratos entre Flamengo e Globo de 2012 a 2024 relacionados aos direitos do Brasileiro estão incluídos no processo do clube contra a emissora. Essa é a terceira e última matéria de uma série sobre as relações entre os clubes e a televisão baseada nesses documentos.
Os primeiros acordos individuais de times passaram a valer em 2012 após o racha do Clube dos 13. O Flamengo assinou seis contratos relacionados a TV Aberta, Assinatura, Pay-per-vew, entre outros direitos. Todos tinham valores fixos, e não variáveis como atualmente. A única exceção era o ppv. Essas condições foram estendidas até 2018 por aditamentos.
De 2012 a 2018, os contratos de pay-per-view do Flamengo tinham previsão de que o clube teria direito ao percentual de sua torcida dentro do bolo destinado aos clubes. Pois bem, a Globo ainda dava uma garantia de que, independentemente da arrecadação da venda do produto, haveria pelo menos pelo menos R$ 250 milhões para serem distribuídos. A pesquisa indicava o Flamengo com 16% dos assinantes, ou seja, teria direito a R$ 40 milhões.
E assim foi por seis anos com crescimento da arrecadação do Pay-per-view e aumentos do mínimo garantido pela Globo que chegou a R$ 600 milhões em 2018.
Mas, em 2016, na negociação do contrato que valeria a partir de 2019, a diretoria do Flamengo teve como estratégia ouvir tanto a Turner quanto a Globo em busca de um valor fixo que considerava ideal para o clube. Por isso, o clube fez a proposta à Globo que de um mínimo garantido em dinheiro no Pay-per-view que era de R$ 120 milhões. Assim, a agremiação rubro-negra aceitaria o restante da divisão do dinheiro de TV Aberta e Fechada por meritocracia, 40% igual, 30% por posição, 30% por exibição. A Globo aceitou.
Com essa estratégia, o clube mais do que dobrou sua verba de Pay-per-view em seis anos. Em 2012, o Flamengo ganhava R$ 56 milhões de ppv corrigidos pela inflação (valor original de R$ 40 milhões) e agora chegou a R$ 120 milhões. Ao mesmo tempo, o clube evitou as perdas com arrecadação do Pay-per-view ocorrida nos últimos anos. No total, o clube ficou com R$ 186 milhões pelo Brasileiro-2019, somando-se o ppv, TV Aberta e Fechada com as cotas por premiação e por exibição.
Ressalte-se que, no período, cresceu também a fatia da torcida do Flamengo entre assinantes do ppv. Eram 16% dos assinantes em 2012 e, agora, são 18% pela pesquisa de 2019.
Além disso, o contrato de 2019 estabelece que o Flamengo ganharia luvas de R$ 120 milhões para assinar o contrato do Brasileiro, como já publicado pelo blog. Isso também fazia parte da estratégia do clube de garantir um valor fixo independente de variações. Os pagamentos seriam feitos em três parcelas, uma de R$ 70 milhões, outra de R$ 30 milhões, uma terceira de R$ 20 milhões, cada uma paga anualmente.
Na cláusula sobre luvas, há uma garantia da Globo de que não pagaria luvas superiores para nenhum dos clubes. Neste item, está escrito que a emissora diz que o valor não era inferior a de nenhum outro clube que acertou com a emissora. O Corinthians recebeu um valor de luvas similar ao Flamengo, embora tenha condições de Pay-per-view inferiores às acertadas com o clube da Gávea.
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