Suspensão de jogos impacta forte nos cofres de clubes por bilheteria e TV
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A Libertadores teve sua rodada da próxima semana suspensa sem prazo para ser realizada por conta da pandemia do coronavírus. As eliminatórias sul-americana da Copa-2022 também foram adiadas pela Fifa. Brasileiro e Estaduais não têm decisões, mas estão sob ameaça pelo contexto mundial. O impacto financeiro será grande se envolver cancelamentos definitivos de jogos e portanto afetar pagamentos de contratos de TV, o que é uma possibilidade real, segundo apurado pelo blog.
A América do Sul começa a vivenciar uma série de cancelamentos de jogos de futebol como ocorre na Europa. Na primeira etapa, jogos com portões eventualmente fechados representarão uma mordida nas contas de clubes, mas o impacto é administrável. Só que, se a crise se intensificar e comprometer a realização de jogos, isso pode afetar receitas de TV e patrocínio que são a principal sustentação dos clubes.
"O que estamos vendo aqui na Europa é que começa com portões fechados, depois suspendem campeonatos. E isso impacta no calendário", analisou Cesaristas Grafietti, economista que foi consultor da CBF e de estudos sobre finanças de clubes. "Se suspende público, perde bilheteria. Mas, se não tem jogo, a televisão vai continuar pagando? O patrocinador vai continuar pagando sem partida?"
Os contratos dos clubes com a Globo, maior detentora de direitos, preveem que o pagamento é pela participação do campeonato Brasileiro ou Estadual em determinado número de jogos. Se houver adiamentos, não necessariamente há impactos. Mas, com cancelamentos e eventuais reduções dos campeonatos, o cenário é diferente.
Se as partidas não ocorrerem, a emissora terá de analisar juridicamente o contrato para saber como isso afeta os pagamentos. Até porque a Globo também tem contratos com anunciantes atrelados a entregar eventos para seus anunciantes.
Questionada, a emissora informou que a prioridade é a questão de saúde e que discutirá com organizadores eventuais mudanças nas competições: "A Globo acredita que o mais importante no momento é apoiar os protocolos definidos pelas autoridades para enfrentar a pandemia do Coronavírus. Eventuais cancelamentos de eventos esportivos serão tratados de forma negociada com seus realizadores, segundo as condições contratuais de cada evento. Neste momento, estamos mais preocupados com a saúde dos brasileiros e de nossos colaboradores do que com perdas/ganhos financeiros por causa da pandemia."
"Impacto direto é de bilheteria, do 'match day', isso representa entre 10% e 12% das receitas dos clubes brasileiros. Se pensarmos aos contratos ligados aos direitos da competição, o problema envolve todos que pagaram para ter os jogos como plataforma, como televisões e anunciantes. Já está acontecendo na Europa e é o cenário mais preocupante", explicou o analista da EY, Pedro Daniel.
Um exemplo dado por Pedro Daniel é em relação à NBA cuja temporada está suspensa. Lembrou que os jogos podem até vir a ser realizados posteriormente, mas não será no mesmo timing. "Datas não são iguais", disse.
Outros itens impactos seriam sócio-torcedor e venda de Pay-per-view que só se justificam quando tem jogos. "O impacto é muito grande na economia do futebol. (Se houver cancelamento) tem efeito no sócio-torcedor e no ppv. São receitas que podem ter quedas absurdas", explicou.
Ao mesmo tempo que há as perdas financeiras, os clubes têm que continuar a cumprir contratos com os jogadores em salários, direitos de imagem, luvas. Ou seja, não há redução de despesa no mesmo nível.
Em relação ao calendário brasileiro, por enquanto, a CBF e federações não estabeleceram nenhuma restrição aos jogos com público, mas isso ocorreu na maioria das federações nacionais de outros países da Europa e América do Sul. Caso essa postura mude, Estaduais e Copa do Brasil seriam afetados imediatamente. O Brasileiro começa no final de abril e aí dependeria de quanto tempo vai durar a epidemia do coronavírus no país para saber se vai ser afetado.
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