Novo modelo de TV dá à Conmebol mais poder sobre venda da Libertadores
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A estreia da Libertadores no SBT e o anúncio dos canais Conmebol mostrou uma mudança no modelo de TV da competição: a entidade organizadora passa a ter bem mais controle sobre a transmissão. Na realidade, o formato é de parcerias que dão uma plataforma para a Conmebol exibir seus torneios em vez da tradicional venda de direitos para mídias.
Primeiro, mostremos como funcionava antes o modelo de transmissão da Libertadores com a Globo. A emissora pagava US$ 60 milhões pelos direitos de TV Aberta e TV Fechada. Em troca, recebia só a imagem da Conmebol e fazia o que queria com a comercialização do produto, isto é, o uso de anunciantes.
Lembremos que o fato de a Conmebol filmar e produzir as imagens dos jogos, que ocorre desde 2019, já era uma mudança em relação a contratos anteriores. Pelos acordos anteriores, era a Globo e outras emissoras que tinham suas equipes de filmagem, o que lhes dava mais poder sobre o produto.
Bem, voltemos ao tema inicial, o controle da Conmebol sobre a transmissão aumentou no SBT. Durante a transmissão, todos os patrocinadores da competição foram exibidos abaixo do placar do jogo. O mesmo foi feito com promoções como o melhor do jogo, patrocinado por um dos parceiros da entidade. Até mensagens institucionais da entidade foram incluídas como homenagens a quem combateu à Covid.
O SBT, sabe-se, paga menos do que a Globo dava pelos direitos de TV. A diferença entre os números ainda não é sabida. Mas essa exibição de patrocinadores têm um valor agregado significativo em publicidade. Ao renovar contratos de patrocínio, a Conmebol pode garantir que seus parceiros estarão na TV Aberta o tempo todo durante a transmissão e cobrar mais por isso.
E os canais da Conmebol? Esse é um caso de um controle ainda mais direto da entidade sobre seu produto. Foi firmada uma parceria com a Claro, Sky e Bandsports para criar quatro canais, como mostrado aqui no blog. A comercialização em formato de pay-per-view tem renda dividida percentualmente entre as partes.
Com esse modelo, a Conmebol segue entidades como a NBA que tem pacotes pagos exclusivos para suas competições organizado pela própria entidade. Não são canais pagos que adquiriram os direitos de TV, mas uma comercialização quase direta feita pela entidade.
É cedo para saber quanto esse modelo da Conmebol de TV para a Libertadores e Sul-Americana vai gerar de dinheiro. Assim, não dá para comparar com a fórmula anterior de simples venda de direitos à canais de televisão. O que se demonstra é uma nova experiência de mercado que pode virar uma tendência caso se torne lucrativa ou pode voltar atrás ao formato anterior.
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