'Vagabundo' e 'babaca': CBF vê acusações fora da curva contra árbitros
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A rodada do Brasileiro foi marcada por reclamações pesadas contra árbitros por suas decisões, seja dentro, seja fora de campo. Houve juiz chamado de vagabundo, outro de babaca e pedido por auditoria do VAR. Para a comissão de arbitragem da CBF, houve falta de respeito com os árbitros em comentários "infelizes" e "acusações pessoais aos árbitros".
"A crítica faz parte do jogo, todo mundo que está aqui está para ser criticado. Digo para meus árbitros que devem respeitar para ser respeitados. Foge a curva (o que aconteceu na rodada), comentários foram infelizes, acusações pessoais. Não são produtivas para o futebol como um todo. Um respeito para com todos os profissionais envolvidos", afirmou o chefe da comissão de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba.
Na súmula do jogo entre Bahia x Fluminense, o árbitro José Mendonça da Silva Junior relatou ter visto em vídeo que o técnico do Bahia, Mano Menezes, o chamou de vagabundo e se considerou ofendido. Sua irritação ocorreu por conta de um pênalti a favor do time carioca marcado após interferência do VAR.
"Informo que após o encerramento da partida, já no vestiário do estádio, tomei conhecimento de que o técnico da equipe esporte clube bahia, senhor luiz antonio venker menezes, adentrou o campo de jogo proferindo as seguintes palavras aos seus atletas se referindo a minha pessoa: "deixa esse vagabundo aí, não quero que reclame com vagabundo não. deixar roubar! " pude constatar tal ato através de imagens gravadas da transmissão da partida e me senti ofendido em minha honra", diz o árbitro na súmula.
"Era para Vermelho direto (essa atitude)", diz Gaciba, que defende que os técnicos não deveriam sequer falar com os árbitros para debater decisões. Por isso, instruiu os quartos árbitros a não falarem sobre esse tema. Em relação ao lance, o chefe da arbitragem disse que o juiz acertou nos lances, inclusive em um pênalti não dado para o Fluminense em que a bola bateu na mão.
Quem levou o vermelho após o jogo foi o goleiro do Corinthians, Cássio. Pelo relato da súmula, ele chamou o árbitro Anderson Daronco de babaca. "Expulsei diretamente após o termino da partida o atleta n 12, sr cassio ramos, da equipe do corinthians, por vir ate minha direção e me ofender com as seguintes palavras "tu disse que iam revisar o lance seu babaca". nesse momento o atleta foi contido por membros da sua equipe e dirigiu-se para fora do campo de jogo", diz a súmula.
Após os jogos, houve ainda reclamações do presidente do Vasco, Alexandre Campello, que criticou a arbitragem do clássico com o Flamengo. Houve um gol feito pelo Vasco anulado pelo VAR por impedimento de Paredes. O dirigente pediu uma auditoria do sistema eletrônico de arbitragem, além de ter reclamado do critério de cartões amarelos.
"Tem uma imagem no lance invertido que mostra (o impedimento). Essa linha e te dá. Ninguém cogita acerto e erros, foram acertos técnicos dos árbitros. Não houve nenhum erro. Querem que mude o protocolo da Fifa. CBF segue o protocolo internacional. Essa tecnologia foi testada pela Fifa, e auditada", defendeu Gaciba. Ressaltou que não chegou reclamação formal do Vasco, mas que todos os clubes que solicitam podem ter acesso a imagens e áudio do VAR na CBF.
Outro duro na reclamação foi o técnico Renato Gaúcho que chamou de "vergonhoso" o fato de o VAR não ter verificado um lance de suposto pênalti para o Grêmio diante do Santos por bola na mão. Foram dados dois pênaltis para o Santos com revisão pelo árbitro de vídeo. "Então Gaciba, abre o olho, fica ligado, essa lei de vocês com os árbitros não está dando certo, alguns estão sendo ajudados, outros prejudicados", disse Renato em entrevista após o jogo.
Gaciba não viu nenhum erro na rodada e entende que a instrução sobre bola na mão se aprimorou. "Quatro meses de pandemia nos ajudaram, analisamos mais de 600 jogadas e conseguimos aproximar mais os critérios. São polêmicas inferiores em relação à mão do que antes", disse ele.
Segundo estatística da CBF, houve acerto de 99% nas decisões de arbitragem neste Brasileiro. "Só no Brasil estamos discutindo lances que foram acertados que foram decisões técnicas corretas. Tem que ter uma linha de respeito", completou Gaciba.
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