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Rodrigo Mattos

Flamengo volta a falar com CBF em meio à guerra de bastidores do Brasileiro

O presidente do Flamengo Rodolfo Landim comparece à cerimônia de posse do ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSDD-RN), em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente do Flamengo Rodolfo Landim comparece à cerimônia de posse do ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSDD-RN), em Brasília Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

22/10/2020 04h00

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Em meio a uma guerra de clubes nos bastidores do Brasileiro, o Flamengo voltou a conversar com a CBF depois de seguidos atritos entre as partes. Uma reunião entre os presidentes Rogério Caboclo e Rodolfo Landim, teve debate sobre arbitragem e sobre volta de público aos estádios.

A visita rubro-negra à sede da CBF nesta terça-feira, divulgada pela entidade, ocorreu logo após outros clubes que disputam a liderança do Brasileiro com o time carioca reclamarem de arbitragem. O Atlético-MG e São Paulo fizeram questionamentos recentes a decisões de árbitros em jogos recentes. O Internacional só tinha protestado pela arbitragem do Gre-Nal.

A relação entre Flamengo e CBF teve um estremecimento no conflito relacionado ao surto de Covid do time. A entidade não quis adiar um jogo com o Palmeiras. E, em reunião sobre volta de público, Caboclo afirmou que a entidade iria favorecer só um clube, em meio à discussão com o presidente da Ferj, Rubens Lopes. Havia uma discordância em relação ao retorno dos torcedores.

Nesta terça-feira, Landim falou com Caboclo sobre critérios de arbitragem. Não houve até agora reclamações públicas do Flamengo sobre lances de arbitragem, nem ofícios à CBF.

Além disso, outro ponto abordado foi a questão da volta de público aos estádios. A reunião da última sexta-feira entre os clubes deixou sob suspenso qualquer retorno até o próximo encontro daqui a duas semanas. Há só uma determinação de que a volta tem que ser com isonomia com direito para todos os clubes.

A diretoria do Flamengo, no entanto, esperava ter pelo menos uma perspectiva de retorno e critérios mais definidos como percentual de público permitido. Há um otimismo de que, depois da eleição, o retorno de público possa ter um andamento com os governos.

Apesar da conversa, dirigentes do Flamengo continuam insatisfeitos com o que consideram um tratamento que os prejudicou dentro da CBF. Na reunião da última sexta-feira, entre clubes, foi aprovado o aumento de inscrições para o Brasileiro de 40 para 50 jogadores. A agremiação rubro-negra foi contra alegando que, quando seu time teve um surto de Covid, não pode se utilizar desse aumento de inscrições e agora outras equipes teriam essa possibilidade. No entendimento rubro-negro, não deveria haver mudança de regra no meio do campeonato se não fosse por unanimidade.

Entre alguns clubes, houve desconforto com o Flamengo por essa oposição. Mas, desta vez, o clube não esteve isolado: a votação foi por 8 x 12 em favor do aumento de inscrições.

Na briga de bastidores do Brasileiro, o Atlético-MG enviará a sua terceira representação com reclamação de arbitragem neste Brasileiro. Questiona desta vez um suposto pênalti não marcado diante do Bahia. O vice-presidente clube, Lasaro Cândido, chegou a dizer que o chefe de arbitragem, Leonardo Gaciba, não tinha condições morais de continuar declaração no twitter. O clube sente-se pouco ouvido em suas reclamações à CBF.

Enquanto isso, Grêmio e São Paulo entraram com ações pedindo anulações de jogos no STJD mesmo que os supostos erros de arbitragem não tenham sido de direito (aplicação de regra). Foram ações rechaçadas pelo tribunal.

Por enquanto, a CBF vê os movimentos dos clubes como a pressão normal para este momento do Brasileiro, como ocorre todo o ano. Gaciba, no entanto, ficou desgastado com as reclamações dos clubes e com o erro de escala que cometeu no jogo com o São Paulo x Grêmio, o que gerou boa parte da pressão sobre a entidade. Neste cenário de disputa, o Flamengo moveu uma peça no tabuleiro.