Por topo, Galo pega R$ 200 mi emprestado e faz gestão 'conjunta' com Menin
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Com Thiago Fernandes, do UOL, em São Paulo
Em seu projeto de brigar pelo Brasileiro, em 2020, o Atlético-MG já pegou R$ 200 milhões em empréstimos da família Menin, dona de grandes empresas como a MRV e o Banco Inter. Mais do que apoiadora, a família Menin agora participa de uma gestão compartilhada com o presidente atleticano Sergio Sette Câmara. O plano é usar esse dinheiro para alavancar o clube, profissionaliza-lo e prepara-lo para estar entre os três maiores do Brasil. Para pagar os mútuos, a valorização do elenco e a futuro Arena MRV são os trunfos.
A estratégia foi traçada há um ano e meio em encontro de Sette Câmara com Rubens Menin. Dali em diante, foi acordado que seria repassado dinheiro do empresário para ser usado em investimentos em contratações, e alguns montantes pontuais para pagamento de dívida na Fifa e folhas salariais. Para isso, a família participaria diretamente da gestão:
"Procurei o Rubens, "o que vai adiantar o Atlético inaugurar essa arena e estar na Série B ou na Série C? Vai ser uma tragédia. Não vai emplacar a venda de camarotes, de cadeiras. Quem vai comprar? Veja a situação do Cruzeiro: qual o entusiasmo da torcida? Apertamos a mão. Então, combinamos o seguinte. (Menin fala) "Topo ajudar o Atlético-MG, mas a gente vai fazer uma gestão em conjunto. Quero ter o meu filho Rafael (no clube)", contou o presidente Sette Câmara.
"O que eu posso dizer, inclusive, perguntam como é feito o pagamento. A gente não é investidor, é apoiador. A gente sabe da força do clube, da receita do clube. Para fazer um projeto esportivo competitivo e passar por esse período de maior dificuldade, a gente tem que dar esse tipo de suporte para o clube. A gente deve divulgar essa questão por transparência. A gente faz um empréstimo sem custo. Quando o Atlético estiver em uma situação mais confortável, a gente fará a amortização desses empréstimos. A gente quer que o Atlético possa caminhar por si só o quanto antes. Esse é o melhor dos mundos, que eles não dependam do apoio da gente", contou Rafael Menin, que também é vice-presidente do Conselho Deliberativo do Galo.
Até janeiro de 2020, o Galo já registrava um débito total em empréstimos de R$ 331 milhões, segundo suas demonstrações financeiras. A maior parte do dinheiro repassado pelos Menin ocorreu depois disso, isto é, soma-se a esse montante. Para efeito de comparação, a receita anual do Galo gira entre R$ 250 milhões e R$ 350 milhões a depender de venda de jogadores.
A explosão de empréstimos privados ocorreu na gestão do presidente atleticano, Sergio Sette Câmara. Ao final de 2017, quando ele assumiu o clube, eram R$ 197 milhões em mútuos privados, de acordo com os documentos financeiros do clube. Em dois anos, aumentaram portanto em torno de R$ 130 milhões. E veio o investimento pesado da família Menin no valor aproximado de R$ 200 milhões, segundo duas fontes ouvidas pelo blog. As duas partes não falam em valores.
O projeto do pai, Rubens Menin, e do filho Rafael Menin é que o dinheiro seja usado para o presente e o futuro, não para quitação do passado. Houve uma exceção no dinheiro repassado para pagamento da dívida com a Udinese pela compra de Maicossuel, que iria gerar uma punição em pontos por conta de cobrança na Fifa. Esse valor já foi devolvido, segundo a diretoria atleticana.
Entre as contratações feitas pelo Galo estão Junior Alonso, Arana, Keno, Sasha, entre outros. A ideia é que, sim, seja construído um elenco que possa ser depois negociado com lucro. A diretoria do Atlético-MG calcula que o elenco tem valor de R$ 717 milhões no momento. Segundo Sette Câmara, o total dos jogadores valia R$ 190 milhões, em 2017, quando assumiu o clube. Nesta conta, então, o dirigente entende que o valor levantado com empréstimos vale a pena porque é traduzido em patrimônio que gera lucro futuro.
Se a família Menin não cobra juros, outros empréstimos têm custos financeiros pesados. Em 2019, o Galo pagou R$ 27 milhões em encargos por empréstimos. Nos dois anos anteriores, esses gastos estavam na casa de 30 milhões.
A principal aposta do Atlético-MG é a conclusão do seu estádio, a Arena MRV. Sette Câmara diz que a venda de camarotes e cadeiras teve um boom com a montagem de um time para disputar o Brasileiro. A arrecadação com as vendas tem expectativa de chegar a R$ 260 milhões, dinheiro que será usado na construção da arena. O valor total a ser gasto é em torno de R$ 500 milhões. Houve ainda ganhos com venda de camisas que atingiram R$ 20 milhões, de acordo com a diretoria.
O Atlético-MG tem ainda como patrimônio metade do shopping Diamond que poderia ser usado para quitar essa dívida - a outra parte já foi vendida. Segundo o balanço financeiro do clube, essa metade tem avaliação de R$ 219 milhões. Veja abaixo a entrevista completa do presidente atleticano sobre o assunto:
Blog: A informação que tenho é de que os empréstimos foram de R$ 200 milhões. Queria saber como é o projeto do clube para lidar com esses valores e paga-los no futuro?
Sergio Sette Câmara: Bom, vou contar a história. O que acontece: tinha um ano e pouco de clube, eu demorei esse período para ter uma noção exata de situação financeira. Não tinha mecanismo de controle, não tinha compliance, governança, que empresa de receita de R$ 300 milhões obrigatoriamente tem que ter. Quando fiz o dever de casa, chegamos a um diagnóstico próximo da situação do clube. Fiquei preocupado. Naquele primeiro ano, não fiz grandes investimentos e fiz time montado com jogadores emprestados ou muito baratos. Encerrei contratos de Fred, Robinho. Fomos caminhando.
Procurei o Rubens Menin, há um ano e meio atrás. Falei para ele assim, "Rubens, Olha só o Atlético está fazendo uma arena maravilhosa que pode ser uma arena um divisor de águas para o clube em todos os sentidos. Por que vai trazer receitas maravilhosas, como o estádio é 100% do Atlético, não tem parceiro, financiamento, não tem nada. No dia que estiver inaugurado, está pago."
Procurei o Rubens, "o que vai adiantar o Atlético inaugurar essa arena e estar na Série B ou na Série C? Vai ser uma tragédia. Não vai emplacar a venda de camarotes, de cadeiras. Quem vai comprar? Qual o entusiasmo da torcida do Cruzeiro? Apertamos a mão. Então, combinamos o seguinte. (Menin fala) "Topo ajudar o Atlético-MG, mas a gente vai fazer uma gestão em conjunto. Quero ter o meu filho Rafael (no clube)" É o sujeito que mais me ajuda, todo dia olha o fluxo de caixa, é um sujeito muito preparado. E o Rafael é o que mais está aqui no dia a dia do clube. Ele tem tido um papel fundamental. Tenho tido uma relação grande com ele, ele participa de todos investimentos, sempre olhando fluxo de caixa, de pagamentos, de dificuldade financeira. Sabe da dificuldade, mas está sendo tudo muito preparado. O que era a combinação? Vamos imprimir uma administração profissional. A gente já tinha melhorado muito, implementamos sistemas de controle, de estoque, de tudo. Contratamos quatro auditorias, duas auditorias para levantar problemas do passado, sem caça às bruxas. Tudo combinado com o Rafael e com o Rubens. E EY fez um diagnóstico, passamos para a fase 2 de reestruturação financeira e administrativa do clube.
Verificamos que precisamos investir em jogadores, reduzir a nossa folha de pagamento, reduzir custo, todas as coisas foram sendo efetivadas. Nossa folha era de R$ 4,2 milhões, folha administrativa, e agora é de R$ 1 milhão. Demitidos 280, fizemos trocas de posto. Mandei embora um que ganhava 40 e contratei outro de 15.
Blog: Esse valor de R$ 200 milhões do empréstimo...
Sette-Câmara: Prefiro não divulgar, teria de falar com eles lá, não vou falar (valor). O que eu posso te dizer é que nosso plano está de vento em popa. (...) No estádio, de 81 camarotes, deve ter uns 10 para vender ainda. Cada um com valor superior de R$ 1,2 milhão.
Blog: Esse dinheiro é para construção do estádio exclusivamente, não é?
Sette Câmara: Nós tínhamos uma situação meio do caminho que íamos ter que nos virar (aumento do valor do projeto). Mudanças no projeto. Condicionantes da obra que vão ter que aumentar em torno de R$ 100 milhões.
Blog: O projeto aumentou de R$ 400 milhões para R$ 500 milhões, é isso?
Sette Câmara: (Confirma) Só o que o vendemos de camarotes bate o valor que precisava. Ainda tem a venda de 4.500 cadeiras, estão sendo vendidas de preço médio de R$ 40 mil, 15 anos. Começou a vender há uns cinco dias. Aqueles 81 camarotes não são todas as vendas. Existem camarotes que são do Atlético-MG, do time visitante. 70 e tantos são camarotes para a venda. É um valor bem razoável para terminar nosso estádio com tranquilidade. Dá mais ou menos R$ 84 milhões, mais R$ 180 milhões das cadeiras. São R$ 260 milhões para terminar o estádio. Conta de padaria que estamos fazendo.
Blog: A estratégia de vocês de investir no time deu um boom no estádio. Mas a questão do pagamento?
Sette Câmara: Outro ponto é que nós fizemos em muitos atletas o que entendemos que foram investimentos certeiros. Não posso acertar todos, nenhum clube acerta. Fizemos com jogadores jovens, mas tinha que ter hierarquia para o grupo (idade mais avançada) como falou o Sampaoli. Rubens falou: "Vou emprestar dinheiro para você fazer a aplicação, faço junto com o Rafael, para vocês analisarem junto do Mattos. Aí entra o Renato Salvador (Mater Dei) que auxilia nas decisões de contratações. Não quero uma única coisa: não quero cobrar juros e correção monetária, nem garantias. Não precisa." Não existe isso. Primeiro, é difícil conseguir crédito para clube futebol. Aí o cara coloca essa situação. Vou trocar dívida ruim com dívida boa. Daqui a pouco vou começar a vender jogadores. Aí vem uma informação que ninguém tem. Quando recebi o Atlético-MG, o plantel do Atlético-MG valia mais ou menos uns R$ 190 milhões.
Blog: Como vocês calcularam isso? Pela multa?
Sette Câmara: É um cálculo real. Não é multa. Vou te dar um exemplo: quanto vale o Arana? Saiu muito jovem do Brasil, foi vendido por 11 milhões de euros. Custou em torno de 3 milhões de euros para o Atlético-MG. Se vier uma proposta pelo Arana de 6 milhões de euros nem converso. E é o dobro do que investimos. Quando eu vender, sem pressa, vou vender por 6 ou por 7, vou pegar a parte do Rubens, e vou falar "Tá aqui sua parte". Não existe uma coisa como essa. Ele está fazendo isso porque gosta do clube e por que ele viu nessa possibilidade, de (o time) estar no patamar que está. Estamos longe do patamar de talvez um plantel do Palmeiras ou do Flamengo, Grêmio. Mas estamos chegando. O nosso elenco é para o ano que vem. Ano que vem entra para disputar todos os campeonatos que participar. Ainda temos deficiências de peças, de elenco. Veja o Flamengo com o time reserva diante do Junior Barranquilla venceu. Os caras estão ainda muito à frente. Temos que mirar. É difícil porque (Flamengo) a arrecadação é gigante, patrocínio, tv, torcedor, fizeram uma boa administração. Usando das mesmas empresas que estamos usando agora. O que é bom temos que fazer igual, ou melhor.
Blog: Sergio, você citou o Flamengo, o que eles fizeram primeiro foi tentar resolver o passivo. Vocês estão preferindo investir primeiro?
Sette Câmara: Receita nossa é diferente. Mas o objetivo é o mesmo. A empresa que está nos assessorando é a mesma e enxergou esse viés diferente. Nós tínhamos uma situação diferente. Nós temos o estádio como carro-chefe. Está vindo aí a resposta. Vamos colocar para dentro da obra R$ 200 milhões e tantos milhões. Então, sucesso absoluto. Valor bem acima do que foi investido.
Blog: Sobre o elenco?
Sette Câmara: No meio de compra e venda não diz nada que é exato (o valor do elenco). Não é que nem carro. Não é assim. É uma conta que levamos em consideração números bastante comportados. Ninguém está superestimando. No final de 2017, o plantel, valia R$ 190 milhões. Quando procurei o Rubens, já tínhamos feito nossa melhora no nosso elenco. A gente deu um salto para uns R$ 380 milhões ao final de 2019. E agora, no final deste ano, esse grupo que nós temos, mais alguns emprestados, o que temos de ativo pula para R$ 717 milhões de jogadores. Mais ou menos é assim. 110 milhões de euros.
Blog: Dá para dizer que sua principal aposta então é comprar os jogadores, obter resultado esportivo e depois vender para recuper?
Sette Câmara: Sim... O Atlético-MG estava em uma situação cai ou não. Clube que hoje cai vai ter muita dificuldade para voltar. Caras têm dificuldade para subir. Primeiro medo foi esse. Futebol está passando por um divisor de águas. Vai abrir uma diferença muito grande entre os clubes que passarem por esse momento e os que não conseguirem. Rubens Menin não vai botar a marca dele em um projeto que não vai dar certo. O caminho dele que nos salvou de ser punido na Fifa, nos ajudou a pagar salário. Nós devemos, algumas coisas nós devemos. O pagamento do Maicossuel na Fifa, ele nos ajudou. Mas, logo em seguida, recebemos parte do Chará e pagamos. Tem algumas coisas que estão aqui, aumentou a dívida do clube. Está conseguindo a duras penas, ano desesperado, sem receita de bilheteria, foram poucos negócios feitos (venda de jogador). Globo jogou o cronograma dela para pagamentos, um pilar que é para todos os clubes. Cenário bem difícil, sem essas pessoas ajudando com os aportes, pelo Atlético-MG, seria muito difícil a gente passar sem ter problemas.
Blog: Antes de chegar os Menin e a pandemia, no final de 2019, tinha R$ 321 milhões de empréstimos. Antes de você chegar, em 2017, eram R$ 197 milhões. Isso não fica pesado para o clube?
Sette Câmara: Pega aí o valor do plantel, nós investimentos em jogador e está essa diferença. Qual o prejuízo que pode ter se cair para a Segunda Divisão? Não é só dinheiro da Globo, prejuízo é gigantesco. É de R$ 200/300 milhões. Muitas vezes reclamo sobre essas análise que são feitas sobre balanços. Só se enxerga de um lado. Peraí, se não tivesse feito o endividamento, os investimentos? Fica parecendo que só endividamos os clubes, que não pagamos dívidas Fifa, que não pagamos salários no meio da Covid. Me conta qual a mágica? Em 25 de março, foi decretada quarentena em Belo Horizonte, e perdemos público, venda de jogadores. Só temos um salário atrasado que vamos pagar amanhã.
Blog: Mas estava falando antes da pandemia.
Sette Câmara: Elenco teve um aumento de valorização. Pegamos com 190 milhões. Vale R$ 717 milhões. Falo que Arana vale 6 milhões de euros e, no nosso cálculo do Arana, é de 4,5 milhões. Pode conseguir fazer uma grande venda. Flamengo fez dever de casa, mas fez vendas maravilhosas. Conseguiu fazer uma venda muito grande. Paquetá, Viniciur Jr., Reinier. Estamos investindo nisso também. É complicado isso agora. O resultado financeiro não vai ser visto agora. Vai ser visto amanhã.
Blog: Uma pergunta inevitável é se você não teme que ocorra a mesma coisa que ocorreu com o Cruzeiro? Por que o clube também investiu com a tese de que dinheiro traz dinheiro e acabaram entrando em uma situação difícil.
Sette Câmara: Mas quem emprestou dinheiro para o Atlético?
Blog: Foi a família Menin.
Sette Câmara: Ele está cobrando? Não. Ele está cobrando juros? Não. Pediu garantia? Não. Não sei quando tem que pagar. Nunca me falou que tenho autorização para falar isso, mas amanhã ele pode querer doar esse dinheiro. Qual o problema? É parte de um projeto que ele participa, que ele está dentro. Que para ele é um ideal. Um projeto que ele faz parte. Parâmetros de ter um time com qualidade, valorizar um atleta. Onde tiver um Rubens Menin vai ser sucesso garantido. Ponto. Ele já até falou em entrevista que se ficar no prejuízo, paciência. Já disse isso. Sabe qual a chance de o Galo "Cruzeirar"? Zero, abaixo de zero. Atlético-MG tem um plano - Ele e o Rafael vão dizer a mesma coisa - sermos perenemente um dos três maiores clubes do Brasil. E é isso que nós vamos ser. Essa é a ideia do clube. (...) O cara que botou o dinheiro monstruoso no clube já disse que, se for o caso, ele abre mão. Nós mudamos a história do Atlético. O Atlético tem uma situação antes e depois do dia que eu sentei com o Rubens Menin e combinamos o que íamos fazer aqui no clube. Não tenho vergonha nenhuma, pelo contrário, tenho orgulho de dizer que administração é compartilhada com o Rafael, com o Rubens. No dia a dia, analisando números, fluxo de caixa. Com sinceridade, o Atlético-MG é muito grande, mas os números são bem pequenos perto dos negócios dele. E mais a amizade do Ricardo Guimarães, com a família Salvador, pessoas de alto nível e apaixonadas, não vão deixar o clube passar por isso.
Blog: Em relação ao próximo passo, como o clube entende o plano de que tenha receita e ande com pernas próprias? Hoje, o clube ganha em torno de R$ 250 milhões e R$ 350 milhões por ano.
Sette Câmara: Não é imediato. A projeção em dois anos de operação virar mais de R$ 100 milhões entre jogos e shows. Tem uma projeção que é até maior do que isso. Vamos trabalhar com o pé no chão. Bastante razoável que trabalhemos com R$ 100 milhões, fazendo show.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.