Calotes, ação e bloqueio: como América-MG demorou a receber por Richarlison
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Atacante da seleção brasileira, e do Everton, Richarlison foi revelado pelo América-MG. As transferências do jogador desde sua saída de Minas Gerais retratam a realidade do futebol nacional em que quase sempre contratos se prolongam por anos por conta de pagamento nunca cumpridos no prazo. Nenhuma relação com o atleta em si, mas com os clubes envolvidos.
Richarlison foi negociado pelo América-MG com o Fluminense em dezembro de 2015. Na ocasião, o time mineiro ficou com 20% dos direitos sobre uma futura transação do atleta.
Em julho de 2017, o Fluminense vendeu Richarlison para o Watford por 12,5 milhões de euros a serem pagos em duas parcelas, sendo a primeira na transferência e a seguinte um ano depois. Pois bem, o clube inglês pagou o tricolor em dia, mas o clube tricolor não repassou, em 2018, o percentual de 20% devido ao América-MG
Sem acordo, o América-MG entra com uma ação judicial contra o Fluminense que tem execução em dezembro de 2018. Na ocasião, o time tricolor faz um acordo para pagar os R$ 7,5 milhões em parcelas. Quita R$ 1 milhão imediatamente e repassa o restante da dívida para o Corinthians que tinha um débito com o clube tricolor.
Fica acordado que o clube alvinegro, que nunca teve Richarlison em seu time, iria pagar ao América-MG em três parcelas de junho a agosto de 2019. Mas há um detalha: o próprio time mineiro tinha um débito com o Corinthians que era de R$ 720 mil. Esse valor seria descontado dos R$ 6,5 milhões. Tudo certo, nem tudo pago.
O Corinthians não quita a última parcela devida ao América em um total de R$ 2,9 milhões. Resultado: o time mineiro, em fevereiro de 2020, entra com nova ação na Justiça de São Paulo para cobrar a equipe corintiana pelo valor restante. Em julho desta ano, uma ordem judicial determina o bloqueio das contas do Corintahians no valor de até R$ 3,7 milhões. São encontrados R$ 428 mil em contas bancárias corintianas.
A partir do bloqueio, os clubes entram em acordo. Em agosto de 2020, é homologado novo acordo para a quitação dos valores, encerrando o processo. "Estão ok no compromisso", diz o presidente do Conselho de Administração do time mineiro, Marcus Sallum. Ao final, o clube tomou dois calotes, teve que entrar duas vezes na Justiça e recebeu seu percentual por Richarslion dois anos depois depois.
Quando o América-MG, enfim, recebeu pelo jogador, ele já tinhase transferido para o Everton.
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