Reformada, Libertadores vira quase exclusiva para argentinos e brasileiros
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Desde que foi a reformada pela Conmebol, a Libertadores tornou-se uma disputa quase exclusiva de brasileiros e argentinos. Na edição de 2017, a confederação sul-americana aumentou o número de times dos dois países. A partir daí, apenas um dos 16 semifinalistas veio de outro país.
A edição de 2020 é a terceira seguida com brasileiros e argentinos dominando as semifinais. Santos, Palmeiras e River Plate já garantiram classificação, e Boca Juniors e Racing disputam a última vaga. O único que "furou o bloqueio" foi o Barcelona de Guayaquil, em 2017.
A mudança da Conmebol teve como objetivo aumentar as receitas da Libertadores. O mercado brasileiro, especialmente, representa 40% das rendas de direitos de televisão do continente. É seguido pelo argentino, o segundo em importância.
Antes, cada país tinha cinco times na Libertadores. A partir da reforma da competição, passaram a ser sete brasileiros e seis argentinos. Além disso, como o campeão está classificado, o número é elevado a 14 no total em todas essas edições, já que só equipes dos dois países conquistaram a competição desde então.
Isso significa que os dois países podem representar 43% das vagas na fase de grupos. Esse número pode ser mais baixo quando um time argentino ou brasileiro é desclassificado na pre-Libertadores. Não é o que acontece na maior parte das vezes.
Em paralelo ao inchaço do número de times dos dois países, a Libertadores teve um considerável aumento de cotas com os novos contratos de transmissão. A distribuição de mais dinheiro aos clubes, especialmente para equipes que chegam às fases finais, aumentou a concentração de poder esportivo, já que eles têm mais recursos para investir. Forma-se uma elite no continente.
São times como Palmeiras, Grêmio, River Plate e Boca Juniors, que estão constantemente nas semifinais. Campeão no ano passado, o Flamengo tem seu poderio financeiro ancorado mais em seus ganhos no Brasil, mas também passou a ter vaga quase cativa na competição.
Esse processo de concentração de poder e resultados em poucos clubes repete o que ocorre na Liga dos Campeões. Só que, na Europa, há uma maior quantidade de ligas competitivas com times ricos, casos de Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França.
Para efeito de comparação, a Libertadores de 2016, justamente a anterior à mudança feita pela Conmebol, teve o Atlético Nacional como campeão em final contra o Independiente Del Valle. Uma final sem brasileiros ou argentinos.
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