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Rodrigo Mattos

Caminho do Santos à final da Libertadores rende uma série de Netflix

Soteldo em ação durante Santos x Boca Juniors na semifinal da Libertadores - Sebastiao Moreira-Pool/Getty Images
Soteldo em ação durante Santos x Boca Juniors na semifinal da Libertadores Imagem: Sebastiao Moreira-Pool/Getty Images

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A trajetória do Santos até o final da Libertadores poderia facilmente se transformar em uma série de Netflix esportiva. Só periga o espectador não acreditar tal a quantidade de turbulências superadas na caminhada. No último episódio liberado, o time atropelou o Boca Juniors, um dos times mais tradicionais do continente, para chegar à decisão diante do rival Palmeiras.

O início do jogo foi parecido com o que se viu diante do Grêmio. Em rotações bem superior ao rival, o Santos marcava forte no meio, desarmava e saia em velocidade para agredir o Boca Juniors.

Marinho parecia flutuar diante dos adversários tal a facilidade para superar defensores. Tentaram bater, tentaram pressiona-lo, e nada fazia efeito.

O primeiro gol sai em uma jogada curiosa em que os santistas reclamavam de pênalti em mão após chute de Soteldo. Quando estava com a mão levantada, Pituca percebe que a bola sobrou para ele, vê a defesa desatenta e mete para dentro. Houve o efeito dramático do sangue de Veríssimo após choque de cabeça.

O Boca não conseguia criar chances de gol, com Alisson anulando Tévez e seu pivô eficiente feito no primeiro jogo. Ao final do primeiro tempo, sobravam conclusões santistas em relação ao rival.

O cenário não mudou no segundo tempo, só que os principais jogadores do time brasileiro acertaram o pé. Soteldo aumentou em uma jogada de sinuca, cortou e chutou no espaço disponível para acertar o ângulo de Andrada. Logo depois, Marinho pedalou, tabelou e penteou para Lucas Braga meter para dentro.

O restante do segundo tempo foi só protocolar para encerrar o penúltimo episódio da saga santista. Tanto que o Boca Juniors acabou o jogo com mais posse de bola, com quase 60% do tempo. Lembremos os episódios anteriores enquanto esperamos para a conclusão da série, no dia 30, no Maracanã, contra o Palmeiras.

Episódio 1

Após uma boa temporada, o Santos perde seu técnico Jorge Sampaoli por discordâncias financeiras e de montagem de time. Inicia a temporada de 2020 com pouco dinheiro nos cofres e a aposta em um experiente treinador europeu, Jesualdo Ferreira. Nada dá certo no meses iniciais de trabalho.

Episódio 2

Durante a epidemia de coronavírus, a crise financeira do Santos se agrava com atrasos salariais constantes. Isso resulta na saída litigiosa de dois jogadores Everson e Sasha e a ameaça de uma debandada com ações judiciais. Em meio à ameaça de desmonte, um experiente técnico em baixa, Cuca, é contratado pelo Santos.

Episódio 3

Em novembro, o presidente do clube José Carlos Peres é destituído por conta de irregularidades em suas contas. O clube passa a ser comandado pelo vice Orlando Rollo, que estava brigado com o mandatário. O novo presidente contrata um ex-jogador do time, Robinho, condenado por estupro na Itália e provoca um crise de imagem no clube. Depois, rompe contrato.

Episódio 4

Apesar de um surto de Covid, e das turbulências externas, o Santos faz uma campanha regular no Brasileiro e avança na Libertadores. Na primeira eliminatória, time tem atuação defensiva brilhante fora de casa diante da LDU. Em casa, o time perde por 1x0 em placar que o classificaria e o jogo se esteve com enormes acréscimos.

Episódio 5

Diante de um Grêmio mais estruturado, e mais rico, o Santos entra desfalcado de Soteldo, um dos seus principais jogadores. Ainda assim, time atropela a equipe de Renato Gaúcho com um resultado de 5x2 no agregado. Garotos como Kaio Jorge, autor de um gol relâmpago, e Sandry se agigantam nos jogos decisivos.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferente do que foi informado no "Episódio 1" a temporada que o Santos com pouco dinheiro nos cofres e com um experiente treinador europeu foi em 2020, e não 2021. O erro foi corrigido.