Atrasada por pandemia, CBF retoma Fair Play com pouco engajamento de clubes
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A crise gerada pela pandemia de coronavírus deixou em ponto morto o processo de construção do Fair Play financeiro da CBF durante 2020. Os clubes deveriam ser monitorados e advertidos por descumprirem exigências para contas, mas boa parte deles ignorou e não se enquadrou durante o último ano. Com isso, a confederação atrasou em um ano e retomou o projeto para ser implantado em 2021.
O Fair Play é um conjunto de regras para que os clubes mantenham responsabilidade em seus gastos. Entre as obrigações estão manter o déficit e o endividamento dentro de determinados limites, de acordo com a receita disponível. Já foi colocado em prática em outros continentes, principalmente a Europa, e gera punições aos clubes.
A ideia da CBF é implementar o Fair Play no Brasil de forma paulatina até que sejam previstas punições duras. Em setembro, foi enviado aos clubes o modelo com exigências. Os clubes que estavam em meio a eleições - são os casos de Corinthians, Vasco, Santos - ignoraram. Isso em um ano em que a CBF já deveria monitorar as contas e advertir os clubes por sair dos limites.
No final do ano, o presidente da CBF, Rogério Caboclo, cobrou um cronograma para implementação. A partir daí, ficou determinado que os clubes receberão da CBF as análises das contas de 2019 e da maior parte de 2020.
A ideia da CBF é divulgar formalmente as regras ao final o Brasileiro-2020, em fevereiro. Isso aconteceria no ano passado. A confederação manteve, no entanto, a ideia de punições mais duras a partir da temporada de 2022. Neste ano, os clubes poderão ser proibidos de registrar jogadores caso não se enquadrem nas exigências para suas contas.
Uma provável novidade é que a CBF deve incluir os atrasos de salários como passíveis de punições dentro das regras do Fair Play. Atualmente, essa medida está prevista no regulamento de campeonatos. Mas, como exige denúncias dos jogadores, na prática, não gera nenhuma sanção aos clubes. No novo modelo, a denúncia do atleta não seria necessária.
O desenrolar dos próximos meses vai demonstrar se o projeto de Fair Play, que faz parte das regras de licenciamento de clubes da CBF, vai de fator andar para frente. O Brasil está bastante atrasado neste campo em relação à Europa.
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