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Vasco traça plano para Série B: salário por meta e em dia, e clube enxuto
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O Vasco deu início ao seu plano de reestruturação de administração e finanças ao anunciar corte de um terço da folha salarial geral. Essa é uma das medidas para tornar um clube enxuto para enfrentar a Série B. A estratégia envolve atacar uma série de frentes com salários por produtividade no futebol, renegociações de dívidas, busca de aportes financeiros, entre outros pontos.
A nova diretoria do Vasco, comandada por Jorge Salgado, pegou o clube com uma dívida líquida estimada entre R$ 720 milhões e R$ 750 milhões. O balanço financeiro ainda está em elaboração e pode apresentar um número levemente maior. Neste cenário, o rebaixamento à Série B gerou uma perda de receita prevista de R$ 100 milhões, principalmente em dinheiro de televisão.
Com isso, houve uma decisão dos dirigentes vascaínos de executar de forma rápida um enxugamento das despesas do clube. O objetivo é tentar encaixar todas as despesas dentro das receitas disponíveis e não mais atrasar salário. Esse é um ponto fundamental pela credibilidade. Veja ponto a ponto o plano:
Corte de 35% da folha salarial
Foi cortado quase 30% do quadro de funcionários geral do clube. No geral, isso representará uma economia em torno de um terço dos R$ 120 milhões que eram gastos com folha salarial, isto é, R$ 40 milhões. Não foi um corte aleatório, foram identificadas ineficiências e excesso de funcionários. O clube reservou dinheiro para pagar todos.
No futebol, o gerente Alexandre Pássaro está descarregando a folha salarial com a saída de atletas como Fernando Miguel e Pikachu. Não tem sido fácil porque há jogadores com contratos longos como Werley. Há quem entenda a argumentação do clube e outros atletas que exigem cumprimento dos contratos.
Salário por produtividade
Os novos jogadores contratados têm assinado acordos por produtividade. Há uma parte fixa e os jogadores aumentam a remuneração por minutos e jogos em que atuam. É algo similar ao que foi feito no Palmeiras em sua reestruturação.
No Vasco, é visto como sem lógica um elenco levar o time ao rebaixamento e, ainda assim, ter direito a bichos por vitórias. Pela nova direção, o atleta tem que contribuir para o crescimento da receita do clube e, assim, aumenta sua remuneração.
Cortes operacionais
Outro ponto atacado foi o esporte olímpico. Repetindo o que fez o Flamengo em sua reestruturação, o Vasco estabeleceu que só serão cortados todos os esportes olímpicos que não paguem as próprias contas. O remo será mantido com gasto menor por investimentos de vascaínos. O Vasco só voltará a investir em esporte olímpico quando puder usar dinheiro de lei de incentivo ao esporte.
A sede do calabouço foi fechada. O Vasco terá uma nova sede administrativa no centro para reunir todos os departamentos de forma mais eficiente, e não na arrumação espalhada como ocorria em São Januário. Não será pago aluguel.
Dívidas renegociadas
O Vasco já está em negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda para fechar um acordo relacionado aos valores em aberto com a dívida fiscal por falta de pagamento. A tendência é fazer um acerto com uma parcela que caiba no orçamento vascaíno na Série B.
Em outras frentes, o clube tentará reduzir o valor pago na Justiça trabalhista, que chega a R$ 2 milhões, por dívidas passadas. Esse dinheiro sai direto de contratos da Globo e causaria uma mordida considerável na receita disponível. Outras dívidas privadas serão renegociadas.
Aporte
O clube estrutura um fundo para levantar recursos para pagar dívidas esse ano. Está sendo montada uma estrutura com registro na CVM (o Palmeiras fez o mesmo com o ex-presidente Paulo Nobre). Já foram contatados possíveis investidores no mercado financeiro: a intenção é levantar entre R$ 70 milhões e R$ 100 milhões.
Mas, no clube, nem é a ideia desse dinheiro entrar rápido e em grande volume. O objetivo é ter recursos para entrar paulatinamente para ir resolvendo débitos, pendências e problemas de fluxo de caixa vascaínos.
Consultorias
O Vasco fechou com duas consultorias para ajudar na reestruturação das dívidas e gestão. A KPMG já atuou no clube na gestão de Alexandre Campello ajudando na reestruturação de dívidas. E estará junto a Alvarez & Marsal, que é uma empresa internacional que abriu agora um setor no esporte no Brasil. Entre os executivos, está Fred Luz, que foi CEO do Flamengo durante o período de reestruturação.
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