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Com um ano de pandemia, clubes já perdem mais de R$ 500 milhões sem público
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Há pouco mais de um ano, a CBF suspendia as competições nacionais por tempo indeterminado por conta da pandemia de coronavírus. O futebol voltou, mão o público não. Sem receitas do dia do jogo desde então, os clubes acumulam mais de R$ 500 milhões em prejuízo. Esse é o valor estimado pelo consultor da EY Pedro Daniel, que admite ser impossível dar um número exato.
Para chegar a essa estimativa, é preciso entender como a presença de público impacta nas finanças dos clubes. O levantamento da EY em cima das contas dos times em 2019 demonstra que a arrecadação com matchday (dia de jogo) foi de R$ 952 milhões para os vinte maiores do país. Inclui-se nessas rendas as bilheterias de jogos e os sócios-torcedores.
Não dá para calcular toda essa receita como perdida pelos clubes. A bilheteria foi, de fato, zerada. Mas o sócio-torcedor se manteve, mesmo que em níveis mais baixos. Além disso, há o fator de que a arrecadação de macthday foi inflacionada pela histórica campanha do Flamengo na temporada de 2019.
"Os números de 2019: o Flamengo ganhou a Libertadores e Brasileiro e alavancou muito esse número. Imagino que 2020 teria diminuído um pouco. Pensando para 2021, projeção quase impossível, caso não existisse a pandemia, entendo que cresceria", analisou Pedro Daniel.
Para termos uma referência, todo o Brasileirão de 2019 gerou uma receita de bilheteria de R$ 282 milhões. Na Copa do Brasil, a bilheteria daquele ano gerou um total de R$ 56 milhões. Ou seja, só nos dois principais campeonatos a perda seria de R$ 338 milhões. Há ainda rendas de Libertadores, Sul-Americana e Estaduais.
Somam-se a isso as perdas com sócios-torcedores, que não foram iguais entre os times. O Grêmio, por exemplo, manteve a maior parte dos seus sócios com uma política agressiva de vantagens.
Flamengo e Vasco chegaram a ter em torno de 150 mil torcedores cada no final de 2019. Na atual contagem, o clube rubro-negro tem 60 mil associados, e o Vasco 76 mil.
"Bilheteria está 100% cortada, e grande parte de sócio-torcedor. Não é toda, mas grande parte porque tem essa correlação (com a presença no jogo)", declarou Pedro Daniel.
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