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Patrocinadores da seleção pressionam CBF por investigação sobre Caboclo
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A cúpula da CBF, composta por vice-presidentes da entidade, conversa sobre uma saída política do presidente Rogério Caboclo após denúncia de assédio sexual contra ele. Há um temor de que a continuidade do dirigente cause reação dos patrocinadores e afete a entidade. Já são quatro patrocinadores que manifestaram preocupação e pediram investigação séria sobre o caso: Itaú, Ambev, Gol e Mastercard.
O site "GE" publicou hoje (4) que uma funcionária da CBF acusou formalmente Caboclo de assédio sexual aos Comitês de Ética e de governança da entidade. O UOL confirmou a informação. Procurada pelo blog, a funcionária não quis se manifestar.
Já o Itaú, que é um dos quatro principais patrocinadores da seleção, se mostrou preocupado:
"O Itaú Unibanco recebe com preocupação as acusações divulgadas nesta sexta-feira envolvendo o presidente da CBF. Na qualidade de patrocinador oficial da Seleção Brasileira de Futebol, o banco acompanhará de perto a apuração do caso e espera que a investigação seja profunda e célere", afirmou a assessoria do banco, após questionada pelo blog.
A Mastercard também se posicionou: "Nós estamos cientes e preocupados com as sérias alegações. Continuaremos acompanhando a situação, esperamos que as investigações sejam profundas e rápidas."
Uma terceira manifestação foi feita em tom similar pela Ambev, que também está entre os principais patrocinadores da seleção: "Estamos acompanhando atentamente as informações sobre o caso. Manifestamos nossa profunda preocupação com os relatos divulgados, pois reportam práticas que não toleramos. Seguimos atentos à apuração do caso e esperamos uma análise com a seriedade e rapidez que a situação requer."
A Gol também se manifestou preocupação e afirmou que vai acompanhar o caso: "A GOL tomou conhecimento e tem preocupações sobre as acusações contra o presidente da CBF. A Companhia, na condição de patrocinadora da Seleção Brasileira, irá acompanhar de perto as apurações e desdobramentos do caso".
Foram procurados os principais patrocinadores da seleção, e o post será atualizado conforme se manifestem. A assessoria da Vivo informou, na manhã deste sábado (5), que a empresa "está acompanhando com atenção as apurações sobre o caso, por se tratar de uma denúncia que reporta situações que não condizem com os valores da empresa. A Vivo repudia qualquer ato de assédio ou discriminatório."
O caso era conhecido entre dirigentes na CBF há um mês e meio. Por isso, quando houve a publicação da denúncia, iniciou-se uma conversa entre os oito vices da entidade e dirigentes de federações para discutir a situação e buscar uma saída. O temor é que o escândalo abale ainda mais institucionalmente a entidade que já estava envolvida em uma crise com seu técnico Tite.
É lembrado que a Nike, maior patrocinadora da seleção, já rompeu um contrato com Neymar por conta do envolvimento em uma denúncia de assédio contra uma funcionária. No episódio, a empresa alegou que rompeu com ele por falta de colaboração. Os patrocinadores são responsáveis por mais da metade das receitas da CBF, com um valor de quase R$ 400 milhões.
Na manhã deste sábado (5), a assessoria da Nike respondeu ao blog demonstrando preocupação com o caso. "A Nike está profundamente preocupada com as graves acusações feitas ao presidente da CBF. Seguimos acompanhando de perto à apuração do caso e qualquer investigação futura. Esperamos que todas as descobertas sejam acionadas rapidamente".
Com este temor, a conversa entre vices é buscar uma saída política para Caboclo. Pelo estatuto da entidade, o impeachment só poderia acontecer em circunstâncias difíceis de serem atingidas. Seria necessária uma assembleia de federações com presença de três quartos dos dirigentes, e aprovação de 80% dos presentes. O Comitê de Ética só iniciou agora a investigação sobre a acusação de assédio de Caboclo.
Para evitar um processo longo de impeachment, seria necessária uma renúncia de Caboclo. Neste caso, o vice-presidente mais velho, Coronel Nunes, assumiria e convocaria uma eleição. Neste pleito, só poderiam ser candidatos os oito vice-presidentes, Marcus Vicente, Fernando Sarney, Francisco Noveletto, Gustavo Feijó, Castellar Neto, Ednaldo Rodrigues, Antônio Aquino e Coronel Nunes. Participariam da eleição clubes e federações.
No caso de Caboclo aceitar sua saída, as conversas vão indicar se haverá um acordo entre os vices por uma candidatura ou um pleito em que todos são candidatos.
Por meio da assessoria, Caboclo afirmou: "A defesa de Rogério Caboclo responde que ele nunca cometeu nenhum tipo de assédio. E vai provar isso na investigação da Comissão de Ética da CBF."
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