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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Possibilidade de volta de Caboclo pelo STJD esquenta política da CBF

Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF após denúncia de assédio sexual e moral - Flickr/CBF
Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF após denúncia de assédio sexual e moral Imagem: Flickr/CBF

12/07/2021 04h00

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Com Igor Siqueira

O ambiente político na CBF voltou a esquentar com a possibilidade da volta do presidente afastado Rogério Caboclo, acusado de assédio sexual e moral por uma funcionária. O presidente do STJD, Otávio Noronha, está prestes a dar uma decisão sobre mandado de garantia em que o dirigente pede seu retorno. Essa semana deve se desenrolar em torno desta medida.

Há um temor na atual diretoria de uma decisão favorável no tribunal esportivo em favor de Caboclo e, por isso, uma movimentação para tentar impedir sua volta. Ao mesmo tempo, defensores do presidente afastado da CBF consideram que seu afastamento não tem base legal pelas legislações esportivas.

A expectativa é de que Noronha dê uma decisão sobre o caso ainda hoje (12), ou no máximo no início desta semana. Há enorme pressão sobre ele. O presidente do STJD recebeu a petição de Caboclo durante a semana em reunião com seus advogados. Depois disso, o caso seria julgado pelo pleno do tribunal, o que aconteceria de forma breve pelos prazos do tribunal.

Além da discussão jurídica, há uma articulação política paralela. O secretário nacional de futebol, Ronaldo Lima dos Santos, esteve na final da Copa América e foi ouvido articulando em favor do retorno de Caboclo. O presidente afastado da CBF conversou diretamente com o presidente da República, Jair Bolsonaro, para a realização da competição.

Neste cenário, dirigentes da CBF tiveram a informação de que o Noronha poderia dar decisão em favor de Caboclo. Por conta disso, articulam a convocação de uma assembleia entre federações estaduais para votar o afastamento do presidente eleito. Mas uma assembleia demandaria cinco dias para ser convocada. Caboclo também reage e tenta apoio entre federações, embora esteja enfraquecido.

Há um temor generalizado entre os atuais dirigentes da confederação de que, se Caboclo retornar à presidência, haveria pressão de patrocinadores pelo fim de contratos e uma instabilidade na gestão da entidade.

Após decisão do presidente do STJD, o tribunal teria dois dias para um parecer do procurador do tribunal, mas o processo já correria com nomeação de um relator para o caso no pleno. A tendência é do julgamento em uma sessão extraordinária ou na própria audiência, isto é, seria uma célere.