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Fifa negocia e acena com punição a clubes europeus, seleções mantêm listas
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A briga entre clubes europeus contra seleções sul-americanas atingiu seu ápice com a posição de La Liga e Premier League de não liberar os jogadores para as eliminatórias da Copa. A Conmebol orientou seleções a manter as convocações e a Fifa tenta negociar uma saída. Mas a entidade acenou com punição aos times no caso de descumprimento das regras.
A disputa se iniciou pelas modificações nas datas-Fifa das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa por causa da pandemia de covid. Jogos adiados do início do ano foram combinados para rodadas triplas em setembro e outubro. Consultados, os clubes europeus foram contra, mas suas sugestões foram ignoradas. Exceções por quarentena foram derrubadas pela Fifa.
Diante desse cenário, Premier League e La Liga informaram que iriam segurar 85 jogadores no total das seleções sul-americanas. A liga inglesa alega que perderia atletas por causa da quarentena do país, a espanhola diz que tomará medidas legais pelos jogos não previstos no calendário inicial.
A Conmebol instruiu as seleções a manter as convocações e deixou a cargo da Fifa negociar para resolver o imbróglio. Descarta-se um novo adiamento. Há na entidade máxima do futebol uma sensação de que as Eliminatórias Sul-Americanas são tratadas de forma diferente das europeias.
Em carta à Conmebol, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, deu razão à Conmebol após insistentes pedidos de ajuda do seu presidente Alejandro Dominguez. No documento, a federação internacional diz que falaria com associações nacionais e clubes afetados sobre as regras vigentes. E citou "consequências" por não cumprimento da legislação que obriga a liberação.
Pois bem, a norma da Fifa que regula transferências e cessões de jogadores trata como obrigatória a cessão pelos clubes dentro das datas-Fifa. Em caso de descumprimento, os jogadores não podem atuar durante o período em que deveriam estar liberados e por mais cinco dias. Ou seja, pela regra, não poderiam atuar por seus clubes por 16 dias. Seriam desfalques em 32 times das duas principais ligas da Europa.
Ainda seriam abertos procedimentos disciplinares para punição posterior dos clubes. Pelo código disciplinar, há uma amplas possibilidade de penas: de reprimendas a rebaixamento, de multa a perda de pontos, de banimento de transferência a anulação de jogos. O processo costuma ser longo.
O comitê disciplinar da Fifa teria de tomar a decisão dura de punir clubes de duas ligas fortes. Ao mesmo tempo, se nada for feito ou houver posição branda, qualquer clube poderá desrespeitar as convocações. E o futebol de seleções, que é o sustento da Fifa, ficaria comprometido.
O cenário mais fácil para a Fifa seria o governo britânico relaxar a quarentena obrigatória na volta dos jogadores, e os clubes recuarem de sua rejeição à convocação. Reacomodar datas é um cenário complicado no atual calendário. A decisão da Fifa vai indicar também o futuro da relação entre clubes e seleções.
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