Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Ameaçado, Grêmio não repete grandes rebaixados por não ter crise financeira
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
O Grêmio está na penúltima posição no Brasileiro, teve a segunda saída de técnico no campeonato e caminha para um final de ano sofrido na briga contra o rebaixamento. Mas há um ponto que difere o clube de outras times grandes que efetivamente caíram: não há uma crise financeira, e sim um caos que se limita ao departamento de futebol.
Lembremos, no ano passado, Vasco e Botafogo caíram para a Série B. Ambos atravessaram alguns dos piores momentos financeiros das suas histórias, dos quais ainda não conseguiram se recuperar. Acumulavam dívidas altas para suas receitas, o Vasco devia um total de R$ 831 milhões, o Botafogo, R$ 946 milhões (considerando o cenário do final do ano passado).
Em 2019, foi a vez de o Cruzeiro cair para a Série B. Isso ocorreu depois de um cenário de caos no clube, com denúncias de desvio de dinheiro por parte da diretoria cruzeirense, o que levou até a investigação policial. O cenário financeiro estava deteriorado com o excesso de gastos e o débito líquido era próximo de R$ 1 bilhão.
A queda do Palmeiras, em 2012, também ocorreu em meio à dificuldade financeira. O clube teve que passar por uma reestruturação por meio de aportes do ex-presidente Paulo Nobre para se recuperar e voltar a ser organizado. O mesmo ocorreu com o Corinthians, em 2008, quando foi rebaixado em meio à crise relacionada à parceria da MSI.
O Internacional, em 2016, caiu sem ter um quadro tão caótico. Mas gastava mais do que arrecadava e, posteriormente, a gestão do ex-presidente Vitório Píffero passou a ser alvo de investigação do Ministério Público por atos administrativos que podem caracterizar desvio de recursos do clube.
Pois bem, o Grêmio vive uma realidade totalmente oposta. O clube tem tido aumento de receitas e redução de dívidas constantes. Para se ter ideia, o clube tem um débito líquido em torno de R$ 300 milhões no meio do ano, um dos mais baixos entre os grandes do Brasil.
E não é que o clube só economia. Sua receita atingiu R$ 204 milhões, um bom patamar para um clube do Rio Grande do Sul. Com mais dinheiro, o clube aumentou o gasto com futebol, que atingiu R$ 151,6 milhões no meio do ano. Isso representa um crescimento de R$ 35 milhões em relação ao orçamento. E foi feito de fonte saudável já que o clube fechou com superávit de R$ 5,7 milhões.
O problema é que a gestão esportiva deste dinheiro não funcionou. Jogadores como Rafinha e Douglas Costa foram contratados e não têm dado retorno esperado.
O clube já vai para seu quarto técnico na temporada. Manteve um Renato que já capengava na temporada anterior e teve de rescindir após cair na Libertadores. Substituiu o por Thiago Nunes que o durou pouco tempo, e o mesmo caminho ocorreu com Felipão.
No final das contas, um clube bem estruturado na parte financeira fez opções equivocadas na forma de aplicar seu dinheiro. A crise gremista, portanto, é eminentemente esportiva.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.