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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Em acordo por Liga, clubes definiram divisão de dinheiro de TV e direitos

Taça do Campeonato Brasileiro - Divulgação/CBF
Taça do Campeonato Brasileiro Imagem: Divulgação/CBF

14/11/2021 04h00

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Os clubes deram um passo para avançar na possível venda de uma parte da Liga do Brasileiro em um acordo feito com a empresa Kodajas. Esse acordo inicial já prevê um modelo de distribuição de dinheiro entre os times da liga. A fórmula é inspirada na Premier League.

O acordo foi assinado há um mês pelos seguintes clubes: Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Red Bull Bragantino, Flamengo, Vasco, Botafogo, Grêmio, Internacional, Atlético-MG, Cruzeiro, Bahia, Ceará, Fortaleza, Cuiabá, Atlético-GO e Chapecoense. São portanto 15 times da Série A, e três equipes da Série B.

O documento é uma carta de intenções para receber uma oferta da empresa Kodajas para compra de percentual de parte da Liga. A ideia é que a empresa ofereça um investimento de US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões). Em troca, ficaria um percentual de até 25% da liga, isto é, de todos os seus rendimentos. Ainda não há uma obrigação de venda.

Se esse acordo for adiante, já estão firmados os termos de como seria a distribuição do dinheiro entre os clubes. O modelo é inspirado na Premier League. A fórmula do campeonato inglês é de 50% da receita divida de forma igualitária, 25% por exibição de partidas e 25% por posição na tabela. Não foi possível obter os exatos termos, mas a distribuição se daria em formato similar a este.

Trata-se de um avanço para a Liga dos clubes porque havia temor de discordância na hora da divisão de receitas. Atualmente, clubes como Flamengo e Corinthians têm garantias de pagamentos superiores dentro do pay-per-view. Os contratos de TV Aberta e Fechada com a Globo, no entanto, já preveem distribuição do dinheiro com regras por igualdade, exibição e posição.

Caso o acordo com a Kodajas não avance, os clubes ainda podem usar o seu sistema de divisão para a Liga independente de quem seja o comprador.

O investimento inicial de R$ 5,4 bilhões seria destinado aos clubes para melhorarem sua estrutura inicial. O dinheiro foi captado juntamente ao fundo Advent. Esse é um grande atrativo para a adesão à Liga. Mas, internamente, houve discussões se não seria melhor desenvolver a liga antes de vender uma parte dela.

Certo é que a carta de intenções assinada com a Kodajas é um primeiro passo. Ainda haverá uma negociação por valores, percentuais e prazos. Além disso, se tudo der certo, os clubes teriam de decidir se assumem de fato a organização do campeonato, ou se a liga apenas fará a venda comercial. A preferência é pela primeira opção.