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Com economia e negociações, Santos reduz dívida em R$ 79 milhões em 2021
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A diretoria do Santos conseguiu diminuir sua dívida líquida em R$ 79 milhões em 2021. O número pode ser obtido no balancete trimestral santista até setembro: é resultado de uma combinação de negociações de jogadores com austeridade no futebol. É o primeiro ano de mandato do presidente Andrés Rueda.
Pelo balancete, a dívida líquida atual é de R$ 489,7 milhões. O número é obtido com o passivo total menos o dinheiro que o clube tem a receber. Em comparação, após readequação, o balanço de 2020 registrava uma dívida líquida de R$ 568,5 milhões.
O débito real santista é até um pouco menor. Explica-se: uma parte do passivo é de receita diferida, item que inclui luvas em contratos de televisão do Brasileiro e patrocínios a se apropriar. Há cerca de R$ 70 milhões neste item. Não é um compromisso que efetivamente o clube tenha de quitar. No cálculo da redução da dívida, não faz diferença visto que essa receita diferida já era contabilizada no final de 2020.
O Santos conseguiu abaixar o seu endividamento porque negociou mais de R$ 106 milhões em jogadores durante a temporada. Assim, aumentou o dinheiro a receber no futuro. No geral, as receitas bateram em R$ 332 milhões no ano, bem acima do valor orçado. Renda com premiação, marketing e televisão também ficaram acima do esperado.
Já as despesas subiram em um ritmo mais lento. O clube manteve o gasto com o futebol controlado em R$ 176 milhões, isto é, dentro do percentual de 72,5% permitido pelo estatuto. Todas as despesas com pessoal do clube giram em torno de R$ 13 milhões por mês. Assim, houve um superávit de R$ 65 milhões até agora no ano.
Como gastou menos do que arrecadou, o Santos gerou caixa de cerca de R$ 100 milhões e, portanto, pode reduzir a dívida. A diretoria do clube renegociou os débitos com Hamburgo, Atlético Nacional, Brugge, Huachipato, Krasnodar, Doyen e o agente Giuliano Bertolucci. Os valores, todos por causa de compras de jogadores, serão pagos de forma parcelada durante os próximos anos.
Houve ainda renegociações de dívidas tributárias e trabalhistas. Com isso, essas passaram a ter parcelamento em prazos mais longos.
O Conselho Fiscal do Santos, em seu relatório, reconheceu que não houve endividamento no período da gestão de Rueda. Mas apontou que "é nítida a necessidade de maiores investimentos" no futebol diante dos resultados nos campeonatos.
O Santos ficou em 10º lugar no Brasileiro. Desde a chegada do técnico Fábio Carille, o time se recuperou na tabela e acabou o ano longe da zona do rebaixamento. A falta de investimento é um preço a se pagar para resolver pendências geradas por outras gestões. Quando tiver reduzido a dívida mais, o Santos vai recuperar sua capacidade de gastar com o time de futebol em patamar mais alto.
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