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Por que vendas de Marinho e Michael foram lucrativas para Santos e Flamengo
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Nesta quinta-feira, o Flamengo vendeu o atacante Michael ao Al-Hilal. Com intervalo de poucas horas, o clube fechou a compra do ponta Marinho do Santos. As duas operações na sequência geram as costumeiras discussões sobre se os dirigentes fizeram bons negócios ou venderam atletas abaixo do mercado.
A análise da qualidade de um atleta tem um considerável grau de subjetividade. Há o scout que inclui estatísticas como gols, assistências, passes decisivos, minutos de participação. Mas há fatores imponderáveis como as lesões, capacidade de adaptação a um clube e até fatores emocionais como ligação com o torcedor.
Mas, em termos de negócios de futebol, é possível fazer uma análise bem mais objetiva de vendas de atletas. Há aspectos como idade, tempo de contrato e valor pago anteriormente que permitem avaliar se uma transação foi positiva para um clube. O CIES (Centro de Estudos sobre Esportes), por exemplo, faz suas listas de jogadores mais valiosos com base neste tipo de item.
No caso do Santos, o clube comprou Marinho do Grêmio em 2019. Pagou R$ 9,8 milhões na negociação - sendo que, desse total, R$ 3 milhões foram no formato da cessão do zagueiro David Braz. Ou seja, saíram de fato dos cofres santistas R$ 6,8 milhões.
Pois bem, durante seu período de três anos no Santos, Marinho participou, por exemplo, da campanha de vice-campeão da Libertadores, em que foi o melhor jogador. As cotas geradas neste campeonato já geram valores bem superiores aos da compra do atleta.
Agora, na revenda, o Santos tinha um atleta com apenas um ano de contrato e 32 anos, isto é, três anos mais velho. Poderia assinar um pré-contrato no meio do ano. Lembremos que, na avaliação do mercado mundial, Vinicius Jr vale mais do que Mbappé porque ao francês só resta um ano de contrato. Obviamente o francês está acima na hierarquia do futebol mundial.
E, ainda assim, o Santos vendeu Marinho por um valor em torno de R$ 8 milhões. O valor inferior à operação de chegada, mas superior ao desembolsado pelo clube. Assim, o time do litoral santista valorizou um jogador então em baixa - era reserva do Grêmio - para revendê-lo em alta após aproveitar do ganho esportivo.
E o Flamengo com Michael? Bem, o balanço do clube registra que o valor gasto na compra do atleta ao Goiás foi de R$ 38,5 milhões no início de 2020. Depois de dois anos, o jogador foi vendido ao Al Hilal com receita de R$ 46 milhões para o Flamengo.
Com 25 anos, Michael tinha mais dois anos de contrato com o Flamengo, então, obviamente valia bem mais do que Marinho. Além disso, o CIES, em seus estudo, considera a capacidade financeira do clube no valor do atleta: um jogador do Real Madrid tende a ser vendido mais caro do que um do Real Valadollid. E o Flamengo tem receita que é o triplo da santista.
Neste contexto, o Flamengo também teve o ganho esportivo de Michael em pelo menos um ano de boa temporada, com mais de 20 gols em 2021. Com um contrato menor com o atleta, o clube terá um ganho em torno de R$ 7,5 milhões.
Sob o ponto de vista de negócios, portanto, Flamengo e Santos fizeram operações bastante vantajosas. Agora, isso não significa que Marinho vá dar certo no time rubro-negro, nem que a equipe santista consiga uma reposição no mesmo nível.
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