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Vasco faz acordo de venda de SAF a fundo por R$ 700 milhões, com extras
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O Vasco fechou um acordo de venda de 70% de sua futura SAF (Sociedade Anônima do Futebol) por R$ 700 milhões com o fundo norte-americano 777 Partners. Os termos do negócio preveem um valor maior de investimento, incluindo pagamento de dívida, garantia de dinheiro para o futebol e possivelmente reforma do estádio. O negócio será anunciado nesta segunda-feira, mas a concretização do pacto depende de aval do Conselho Deliberativo e Assembléia Geral do Vasco.
Foi assinado um acordo de venda entre o presidente vascaíno, Jorge Salgado, e o sócio do fundo 777 Partners, Joshua Wander, em Miami durante a última semana. É um documento não vinculante, o que significa que ainda não estabelece uma sociedade entre as partes. Existe um período de 90 dias para o acordo ser confirmado e se tornar vinculante, o que iniciaria o processo final da venda (tudo dependendo das aprovações dos poderes).
A diretoria vascaína avalia que o negócio total vale R$ 1,7 bilhão. Por quê? O clube foi avaliado em R$ 1 bilhão, sendo 70% vendidos ao fundo 777 Partners. Outros 20% devem ser negociados no futuro, possivelmente em modelos de ações e debêntures para atender torcedores. E há garantia de pagamento da dívida de R$ 722 milhões nos formatos da Lei da SAF. Por isso, a soma total chegaria a esse montante. Mas é importante ressaltar que o dinheiro para pagar o débito vem da própria receita no formato da lei, isto é, entra e sai.
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O fundo 777 Partners é especializado em investimentos em serviços financeiros, aviação e mídia. Seu total de ativos descritos no site é de US$ 3 bilhões, mas a informação é de que gerem US$ 9 bilhões. No futebol, são donos do Genoa, da Itália, têm uma participação menor do Sevilla e são acionistas minoritários de uma empresa que negocia os direitos internacionais do Brasileiro, a 1190.
Dito isso, a diretoria do Vasco negocia há dois meses com o 777 Partners. Quem esteve à frente das conversas eram o CEO do Vasco, Luiz Mello, o vice-presidente de Finanças e Estratégias, Adriano Mendes, e o vice Jurídico, José Bulhões. Havia conversas com outros grupos, mas o avanço foi com o fundo norte-americano porque atendeu as premissas da diretoria vascaína.
Entre essas demandas, o Vasco não queria vender 90% das ações da SAF. Aliás, o clube ainda não criou uma empresa. Isso está pendente de um trabalho do Conselho Deliberativo para permitir a criação de uma empresa do clube. Por isso, ainda não há um CNPJ vascaíno, o que deve ocorrer assim que houver uma aprovação.
A intenção da diretoria do Vasco era vender entre 51% a 90% das ações. Com um acordo em 70%, o clube tem a possibilidade de fazer novas negociações com maior valor, inclusive com opções de compras abertas para vascaínas seja em ações ou em debêntures. Certo é que, na realidade, o valor de mercado vascaíno é R$ 1 bilhão por esse negócio.
Pelo acordo, entrará um total de R$ 70 milhões para o clube para a transição assim que houver a confirmação do acordo. Esse dinheiro será um empréstimo convertido em ações posteriormente - representa 7% das cotas da SAF. Será utilizado para estabilizar as finanças do clube que carece de fluxo de caixa. Quando o contrato for assinado em definitivo, entrarão outros R$ 120 milhões para a SAF do Vasco. A expectativa é de um impacto no futebol do clube ainda neste ano, com a concretização do negócio.
Não há informação ainda sobre o cronograma do restante dos pagamentos feitos à SAF. Mas a diretoria vascaína ficou satisfeita com a possibilidade de um desembolso mais rápido de dinheiro.
Além disso, a negociação prevê que a SAF do Vasco, portanto os novos controladores do futebol, serão os responsáveis pela dívida do clube. Neste caso, isso ocorre sob os termos da Lei da SAF —isto é, a empresa terá de destinar 20% de sua receita e 50% de seus dividendos para quitação do débito.
A estimativa da diretoria do Vasco é de que, ao fechar do ano de 2022, a dívida líquida será de R$ 722 milhões. O último número disponível em balancete era de que o valor girava em torno de R$ 830 milhões. Os débitos trabalhistas e cíveis do Vasco já estão incluídos no regime central de execuções que prevê desconto de 20% da receita.
O acordo de pré-venda com o 777 Partners ainda prevê um investimento para tornar o futebol do Vasco competitivo. Há um valor estipulado anual, mas não foi possível para blog obter esse montante. Mas a intenção da diretoria vascaína é que o time volte ao patamar dos anos em que disputava títulos no país.
Ainda não há um acordo completo sobre São Januário, o que está em discussão. A princípio, o Vasco fica com o estádio e recebe um aluguel do fundo de R$ 1 milhão por ano. O fundo 777 Partners pode fazer uma reforma de São Januário. A avaliação é de que o custo para modernizar o estádio será de R$ 300 milhões.
Um ponto relevante é que o Vasco associação sempre manterá 10% do capital da SAF por uma regra prevista no acordo. Com a Lei da SAF, isso significa que o clube tem a prerrogativa de impedir mudanças nas características básicas da identidade do clube, como uniforme, hino, cidade-sede, símbolo, entre outros itens.
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