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Flamengo exibe futebol modorrento só suficiente para estancar a crise
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Derrotado na final do Carioca, o Flamengo jogou de forma desorganizada e foi amplamente dominado. Vitorioso em sua estreia da Libertadores, o time atuou no padrão pedido pelo técnico Paulo Sousa, com alguns ajustes. Mas produziu uma atuação modorrenta com excesso de erros, como um carro com a roda presa.
Diante do Sporting Cristal, no Peru, o treinador optou por uma formação mais cautelosa. Incluiu em sua escalação três jogadores que, na origem, atuavam como volantes. Na prática, ele tinha seu esquema com 3-4-3 com algumas alterações de posicionamento.
Bruno Henrique era um ala mais ofensivo do que os outros atletas que atuavam no setor, embora tivesse de recompor a segunda linha defensiva. Everton e Andreas eram os meias por trás de Gabigol. Só que o primeiro podia atuar mais à direita, como gosta, e o segundo sobrava na frente para pressionar a marcação. Ou seja, tinha mais gente para brigar pela bola.
Foi uma atuação segura defensivamente no primeiro tempo (o Sporting ajudou com suas limitações), porém pobre na produção no ataque. Faltava um giro de bola mais rápido, aproximação entre os jogadores e acertos de passes. Como erra fundamentos o atual Flamengo! Toques de poucos metros são mal executados.
Só foi possível criar em uma bola recuperada de Arão na saída errada do Sporting Cristal. Seu passe pegou Matheuzinho livre para cruzar rápido para o gol de Bruno Henrique - jogador mais produtivo do ataque. Uma bola de um extremo ao outro. Era um Flamengo pragmático.
Não foi o que se viu no segundo tempo. O time voltou a 10km/h. Errava quase tudo que tentava, começou a dar espaços para o time peruano, inclusive com uma marcação frouxa na frente. Com isso, um Sporting mais avançado teve chances de empatar, pelo menos em duas bolas na área, uma delas com defesa de Hugo. Não fosse a fragilidade do time peruano e o placar teria ficado igual.
Foram 30min/35min de uma atuação abaixo do aceitável do time rubro-negro. Houve algumas vezes na temporada em que o time teve esse tipo de queda de rendimento durante um jogo.
Paulo Sousa começou a mexer no time com garotos, Lázaro, Matheus França e João Gomes, especialmente, deram novo gás ao time. Até porque saíam atletas que erravam muito como Arão e Thiago Maia. Quem ficou além do tempo em campo também foi Gabigol, em tarde que errava tudo, e só foi substituído por Pedro no final do jogo.
O Sporting de Cristal, a partir daí, morreu. E deu os espaços para os garotos. Uma saída rápida lá de trás achou Lázaro pela meia-direita para dar o passe para Matheuzinho fazer o segundo gol.
Dentro de um cenário de crise, o Flamengo pode festejar um triunfo na estreia, fora de casa, na Libertadores. Era esse o objetivo de Paulo Sousa. "Conquistou o que pretendíamos nesse jogo. Que era fazer gols e deixar de tomar gols", disse ele. O problema é que, a longo prazo, o que se demanda deste Flamengo é bem, bem mais. E a pre-temporada acabou, só há tempo de jogar.
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